No último ano, os clubes mudaram uma política que já vinha sendo praticada há décadas. Apesar de o Brasil continuar sendo um grande centro formador de atletas, as receitas com a negociação dos jogadores para o exterior deixaram de ser a principal fonte de renda do futebol brasileiro. Esse posto agora é assumido pelos direitos de TV, pagos principalmente pela Rede Globo por conta do Campeonato Brasileiro. Segundo levantamento feito pela Casual Auditores Independentes, o total de receita em 2006 foi de R$ 987,04 milhões (contra R$ 1,06 bilhão no ano anterior). Desse número, 29% representa as cotas de TV e 23% os valores referentes às transferências. Em 2005, esses índices eram, respectivamente, de 26% e 31%. ?Essa mudança é positiva, mas não pode ser encarada como solução, porque depender da TV não é muito bom. No modelo atual, o valor segue o mesmo padrão de crescimento em relação ao contrato em vigência. Então eu acredito que essa receita poderá crescer caso a Record pague o que está sendo discutido?, afirma Amir Somoggi, especialista da Casual Auditores. De acordo com o levantamento, a negociação de atletas gerou uma receita de R$ 330 milhões em 2005. No ano passado, esse valor caiu 31%, totalizando R$ 227 milhões. O Internacional foi responsável por 21% desse montante, por conta de transferências de Rafael Sóbis e Tinga, entre outros.