O Juventude, de Caxias do Sul, está próximo de se tornar um dos clubes mais ricos do país. Os gaúchos devem acertar até o mês de junho a cessão dos direitos de exploração comercial do seu departamento de futebol para a Red Bull. Além dos cerca de US$ 30 milhões (R$ 63 milhões) que devem ser investidos ao longo de oito anos, o clube passará por uma grande revolução. A começar pelo próprio nome. Com a negociação com a marca de bebidas energéticas, Juventude deverá incorporar o Red Bull em sua nomenclatura oficial. Além disso, as cores verde e branca deverão ser abandonadas, para a introdução do vermelho, prata e azul, característicos do novo patrocinador. Outra mudança deve atingir o estádio Alfredo Jaconi. O contrato de patrocínio mudará o nome do local para Arena Red Bull, sendo assim o segundo caso de naming right do país. A Kyocera Arena, do Atlético-PR, é o primeiro. Em virtude de todas essas alterações, os detalhes do negócio continuam a ser avaliados pela diretoria do Juventude. Por conta da mudança de Luís Vicente, representante da Red Bull, que largou as negociações para assumir um cargo na escuderia Ferrari, a empresa solicitou mais 30 dias para se reorganizar nas negociações. Durante esse período, o Juventude resolve questões burocráticas, como a venda da sua sede social. Essa decisão foi homologada na última semana, durante uma reunião do Conselho Deliberativo do clube. Os valores da negociação não foram divulgados. Nem mesmo ficou claro se a ação tem relação direta com o negócio com a Red Bull. Mesmo com todas essas mudanças, a diretoria do Juventude vislumbra a nova realidade que passará a ter a partir da assinatura do contrato com a fabricante. “Estamos fazendo um negócio, cada vez mais adequando o Juventude à realidade de um clube-empresa”, afirmou Roberto Pegorini, superintendente do Juventude, ao diário “Lance!”. Se o acordo for firmado, será a segunda vez que o clube gaúcho se une a uma empresa internacional. Nos anos 90, o Juventude fechou um acordo de co-gestão com a Parmalat. Agora, porém, o negócio envolve a compra do departamento de futebol do clube, e não mais uma parceria.