A World Surf League (WSL) comunicou, nesta sexta-feira (30), que Erik Logan deixou o cargo de CEO da entidade “com efeito imediato”. A entidade não explicou o motivo da saída do executivo, apenas disse que iniciou o “processo de identificação de um novo CEO”.
Por ora, Emily Hofer, diretora de pessoal e de propósitos da WSL, e Bob Kane, diretor de operações e jurídico da entidade, ocuparão de maneira interina a função.
Críticas
Logan estava bastante desgastado com os surfistas do circuito mundial. Em maio, Gabriel Medina, Italo Ferreira e Filipe Toledo, todos campeões mundiais, reclamaram de forma contundente do julgamento dos juízes durante a etapa de Surf Ranch, que conta com a piscina de ondas artificiais de Kelly Slater.
Medina foi eliminado nas quartas de final pelo australiano Ethan Ewing. Já Italo Ferreira perdeu a decisão para o norte-americano Griffin Colapinto, líder da temporada, o que prejudicou Filipe Toledo, que ocupa a segunda posição na classificação geral. Ambas as decisões da arbitragem geraram polêmicas entre torcedores e atletas.
Após a manifestação dos brasileiros nas redes sociais, Logan soltou um comunicado duro, em nome da WSL, rebatendo os surfistas:
“Rejeitamos completamente a sugestão de que o julgamento seja de qualquer forma injusto ou preconceituoso. Essas reclamações não são baseadas em nenhuma evidência”, afirmou.
Desgaste
Mas o embate com os ateltas do circuito profisisonal não havia começado nem em Surf Ranch, nem havia ficado restrito aos brasileiros. No início do ano, a WSL implantou uma nova regra que gerou muitas críticas dos surfistas: o corte de um terço dos atletas do restante do campeonato após a quinta etapa, disputada em Margaret River, em abril.
Assim, dos 36 surfistas do masculino, sobraram 24 após a etapa australiana. No feminino, de 18, restaram 12. Os atletas que ficaram no corte passaram a disputar uma repescagem para ver quem continuará na elite em 2024. Para esses competidores, ficar de fora de metade da temporada gera menos interesse para fãs e patrocinadores.
A medida foi criada por Logan a pretexto de atrair mais a atenção da TV. Agora, os surfistas é que deram o troco.
“Não passou pelo corte”, brincou o brasileiro Michael Rodrigues, que caiu no corte no meio da temporada, ao comentar a saída de Logan.
“Chega de corte, chega de finais da WSL, chega de shows para a TV. Boas ondas, mais competidores em todos os níveis, mais competições de base”, pediu o norte-americano Kolohe Andino, outro eliminado pelo corte em 2023.