A Traffic ganhou novo executivo, e o Flamengo perdeu diretor de marketing. Ao deixar o clube rubro-negro e partir para a agência de marketing esportivo, na qual desempenhará as mesmas funções que já tinha na equipe, Harrison Baptista escancarou conflito de caráter político com Henrique Brandão, vice-presidente de marketing.
A relação entre ambos, segundo um dirigente flamenguista contou à Máquina do Esporte, azedava à medida que as negociações para vender a cota máster de patrocínio não eram bem sucedidas. “Harrison atuava de maneira independente no clube, então eles estavam em descompasso, sem nenhum entrosamento”, relatou a fonte.
A versão foi rejeitada por Brandão, embora admita que houve divergência em alguns assuntos. “Seria maluquice tirar nosso executivo e colocá-lo para cuidar da conta do nosso clube, se tivéssemos algum problema pessoal”, afirma. Procurado pela reportagem, Baptista não pôde atender às ligações até a publicação deste texto.
Ao ser contratado pela Traffic, Baptista conseguirá aliviar parte da pressão que sofria no clube carioca, no qual tinha de conciliar imposições feitas por conselho deliberativo e presidência, como não lotear a camisa rubro-negra em várias propriedades, e mercado, cujas empresas não estavam dispostas a investir R$ 30 milhões anuais.
Na empresa de marketing esportivo, o ex-diretor de marketing será designado para lidar exclusivamente de Flamengo, em modelo similar ao praticado no rival Fluminense. Desde que a Traffic passou a trabalhar em parceria com o marketing da equipe das Laranjeiras, Roberto Pinto Júnior foi escolhido para representá-la na dupla.
Daqui em diante, em vez de se reportar a Henrique Brandão e Patricia Amorim, presidente da agremiação rubro-negra, Harrison Baptista estará subordinado diretamente a Julio Mariz, presidente da Traffic. A principal função continuará a ser a negociação de patrocínios, maneira encontrada pela empresa para lucrar no clube.
Quando a agência de marketing esportivo firmou parceria com o Flamengo, em janeiro deste ano, no intuito de contratar Ronaldinho Gaúcho, ficou acertado que pagaria R$ 1 milhão mensais em salários para o jogador. A contrapartida viria por meio de percentual sobre os patrocínios, impulsionados com a chegada do atleta.
Embora tenha recebido oferta da Peugeot de R$ 15 milhões anuais pela cota máster, entretanto, nenhum aporte foi acertado pelo clube desde então. A expectativa de conseguir R$ 30 milhões por temporada, principalmente sob o argumento de que a visibilidade gerada por Ronaldinho facilitaria o negócio, nunca foi atingida.
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