O governo federal vai lançar um Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) específico para a Copa do Mundo de 2014, focado, sobretudo, em sistemas de transporte. Serão liberados R$ 5 bilhões para obras nesse segmento, mas essa deve ser apenas a primeira investida. Em São Paulo, membros do comitê executivo da candidatura já falam em aproveitar recursos de uma segunda iniciativa similar. O problema é que os pedidos das cidades que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014 somaram um valor muito acima dos R$ 5 bilhões. São Paulo, por exemplo, requisitou R$ 2,8 bilhões em apresentação feita ao governo federal na semana passada, para obras na estação Vila Sônia e para a criação de uma ?linha ouro? no local. A linha ouro é uma proposta surgida há cerca de 40 dias. Inicialmente, a proposta era ligar a estação São Judas do metrô ao aeroporto de Congonhas. O projeto apresentado ao governo federal, porém, estende a obra até a linha quatro do metrô, na estação Morumbi, passando pela estação Jabaquara e por uma integração com a CPTM. A previsão é que esse sistema transporte 210 mil passageiros por dia em Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de uma avenida normal. ?O objetivo de São Paulo é alcançar a excelência na prestação de serviços para a Copa e depois dela. Um dos principais projetos nesse sentido é a linha ouro?, contou Raquel Verdenacci, diretora de eventos da São Paulo Turismo. Na semana passada, todas as 12 cidades que receberão jogos da Copa do Mundo de 2014 apresentaram pedidos ao governo federal sobre o PAC. A maioria ficou na faixa dos R$ 3 bilhões, sendo que o total a ser dividido é de R$ 5 bilhões. Por conta disso, o governo pediu que cada sede elencasse as prioridades entre suas obras previstas e agora tenta encontrar as mais urgentes entre essas. A perspectiva de São Paulo é que o PAC não libere todo o recurso que a cidade precisa para as obras no sistema viário. A cidade já considera uma segunda versão do plano, que deve focar obras de drenagem e sistemas viários. ?Nós pensamos em um conjunto de obras para melhorar a fluidez do tr”nsito como um todo, e não apenas para o entorno do estádio. Precisamos pensar que a Copa do Mundo vai exigir algumas interdições e mudanças no desenho do tr”nsito, e nós não podemos sobrecarregar as alternativas?, completou Verdenacci. A estação de metrô sobre a praça Roberto Gomes Pedrosa, uma das propostas de São Paulo para as obras viárias relacionadas à Copa, não poderá ser usada durante o torneio. Por uma questão de segurança, deve existir um espaço para o escoamento do público entre o estádio e o transporte público de massa. Portanto, o acesso seguirá com a estação Morumbi, que fica a pouco mais de um quilômetro da arena.