São Paulo desistiu de contestar as observações negativas da Fifa sobre o projeto da cidade para sediar jogos da Copa do Mundo de 2014, que será no Brasil. A nova aposta da capital paulista é manter o cronograma de obras e aguardar uma escolha natural da entidade. Mais do que uma possibilidade de adequação às exigências da Fifa, a aposta de São Paulo é que as rivais não conseguirão cumprir tudo que a entidade espera para um projeto de abertura da Copa do Mundo. Belo Horizonte e Brasília são as outras cidades que pleiteiam a realização desse jogo. ?Eu não gosto de falar nominalmente sobre outros projetos, mas vou fazer isso porque é algo aberto. O terreno em que o Mineirão está colocado é de uma universidade federal. Todas as intervenções planejadas terão problemas por conta disso. Conversei com pessoas do BNDES, que está preocupado com a possibilidade de financiar uma obra assim?, disse Adalberto Baptista, diretor de marketing do São Paulo Futebol Clube, proprietário do Morumbi. Representantes da candidatura paulista apontam situação igualmente complicada em Brasília. A capital federal pretende erguer um novo estádio no local do atual Mané Garrincha, que ainda nem foi colocado abaixo. ?Esse é o único estádio dos sonhos da nossa candidatura, mas ainda está no papel. Vamos ver o que vai acontecer?, disse Caio Luiz de Carvalho, presidente da São Paulo Turismo e coordenador da candidatura paulista. A tentativa de São Paulo é mostrar que os rivais na briga pela abertura têm situação mais complicada do que o Morumbi. O estádio tem sido constantemente criticado pela Fifa, a ponto de o presidente da entidade, Joseph Blatter, ter dito na última terça-feira que a arena não tem padrão para fazer o jogo inaugural da Copa do Mundo. ?Vamos trabalhar e fazer a nossa parte. A Fifa já havia estipulado um prazo para o início das obras, e depois mudou isso para março. Já ouvi dizer que haverá outro adiamento para junho, mas nós não estamos esperando isso para fazer as obras?, completou Caio Luiz de Carvalho. A candidatura paulista ainda se apoia na viabilidade financeira. O São Paulo apresentou na última quarta-feira os balanços do Morumbi. Segundo a equipe, a arena teve R$ 18 milhões de receita na temporada passada e pode atingir o triplo disso em 2024. Essa projeção foi levada ao BNDES para mostrar que a instituição tem condições de pagar um empréstimo ? a diretoria tricolor pediu um aporte de R$ 150 milhões, que ainda está indefinido. ?Nós já temos algumas situações adiantadas. Além disso, seguiremos trabalhando. A Fifa tem falado muito do Morumbi, mas é natural que eles exijam tanto. O nosso trabalho é adequar as coisas aos pedidos deles e seguir o cronograma. A escolha da sede será feita apenas em 2011, mas as obras não poderão começar depois disso. Vamos esperar até lá e ver que São Paulo será a escolha natural?, encerrou o presidente da SPTuris.