A desolação pela derrota não foi o único sentimento demonstrado por representantes da candidatura de Madri nesta sexta-feira, depois de a cidade ter sido preterida na última etapa da votação do Comitê Olímpico Internacional que deu ao Rio de Janeiro o direito de organizar os Jogos de 2016. Ela juntou-se a uma reprovação sobre a decisão, baseada em uma análise dos europeus sobre os projetos. No início da semana, José María Odriozola, vice-presidente do Comitê Olímpico Espanhol e presidente da Federação Espanhola de Atletismo, disse que o projeto carioca era o mais fraco entre os quatro finalistas e que se baseava apenas em promessas. A avaliação motivou um protesto formal do Rio de Janeiro ao comitê de ética do COI, que veta manifestações de cidades candidatas sobre suas rivais. Passada a eleição, o tom de crítica retornou. ?A decisão é incompreensível porque Madri tinha a melhor candidatura. Temos um projeto mais consistente, com obras prontas e pouca coisa a ser feita até a cidade estar totalmente preparada. O trabalho foi muito bem feito?, ponderou Mercedes Coghen, atleta medalhista nas Olimpíadas de Barcelona (1992) e membro da delegação espanhola que falou ao COI nesta sexta-feira. O discurso de Coghen foi corroborado por José Luis Sáez, presidente da Federação Espanhola de Basquete: ?Fizemos um trabalho impecável. Todos sabiam que a candidatura de Madri era a melhor, que tudo aqui estava pronto para uma grande edição dos Jogos. Tínhamos um projeto competente e nos esforçamos para criar um planejamento, mas isso não foi suficiente?.