O Santos montou um elenco cheio de estrelas. Contratou jogadoras como Cristiane e Marta, eleita pela Fifa a melhor jogadora de futebol feminino do mundo nos últimos três anos. E no último fim de semana, conquistou a primeira edição da Copa Libertadores para mulheres. O motivo pode ser o desempenho arrebatador ou a simples reunião de atletas renomadas no elenco alvinegro, mas o fato é que esse curto período de sucesso já foi suficiente para criar um novo perfil de empresas ligadas à modalidade. O grupo que disputou a Libertadores, por exemplo, contou com três patrocinadores nos uniformes: Copagaz (cota máster), BMG (mangas) e Lupo (calções). Todas as marcas têm contrato com o Santos até o fim deste ano ? depois da Libertadores, o time alvinegro disputará a Copa do Brasil, competição em que defenderá o título. Desde que montou o atual elenco, sobretudo depois de ter começado a colecionar goleadas, o Santos passou a ser mais assediado por outras empresas. Não apenas para patrocínios relacionados ao uniforme, mas para uma série de acordos comerciais. Entre essas companhias, a diretoria alvinegra aponta uma mudança de perfil. ?Não é raro uma empresa se candidatar a patrocinar ou apoiar. Isso tem acontecido com alguma frequência. Principalmente com marcas ligadas ao segmento feminino ou de saúde. Nosso produto ganhou muito valor, vive um momento positivo, e as marcas viram que o futebol feminino é uma grande oportunidade?, disse Alex Fernandes, supervisor de marketing do Santos. Como tem contratos com seus patrocinadores até o fim do ano, o Santos tem focado negociações em outros acordos comerciais. O time alvinegro cita como exemplo de propriedade a ser explorada o contrato assinado recentemente com a Renault, que deixará um carro top de linha à disposição de Marta para que ela circule na cidade. ?Consegui agregar valor para ela, mas a empresa não é uma patrocinadora do nosso uniforme?, completou o diretor da equipe do litoral paulista. A perspectiva da diretoria para adicionar receita ao time feminino é amparada por um projeto encampado pelo presidente alvinegro, Marcelo Teixeira. Ele é um dos artífices de uma campanha por um Mundial de clubes para mulheres, que pode reunir representantes de diferentes continentes no fim deste ano. O Santos, como campeão da Libertadores, seria o time da América do Sul. ?A Libertadores foi vista no mundo inteiro, e isso tem um valor institucional muito grande. Antes da explosão do futebol feminino eu tinha um determinado número de patrocinadores, hoje eu tenho o dobro. Antes eu tinha uma imagem limitada ao Brasil, mas com a Marta eu abri mercado na América Latina, nos Estados Unidos e na Europa. Posso ser uma referência internacional da modalidade, e o Mundial teria um papel enorme nesse sentido. Estamos criando um projeto para o torneio, caso ele aconteça. Estou muito otimista que poderemos representar o continente e alavancar negócios, mas isso não está sendo tocado pelo marketing. O departamento de futebol é quem tem mais informações?, afirmou Fernandes. Teixeira vai propor a criação do Mundial em reunião da Fifa marcada para o dia 29 de outubro, em Zurique (Suíça). Além de defender o torneio, o mandatário alvinegro tentará viabilizá-lo ainda para este ano. O motivo é que jogadoras como Cristiane e Marta têm contrato apenas até dezembro, quando termina o recesso da liga norte-americana.