Os estádios usados na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, têm telões nas duas extremidades. Colocadas atrás dos gols, as superfícies transmitem o que acontecem em campo e passam replays de momentos mais importantes (gols, por exemplo). Isso só não vale para lances polêmicos, como ficou claro no último domingo, na vitória da Argentina por 3 a 1 sobre o México.
Argentina e México empatavam por 1 a 1 no estádio Soccer City, em Johanesburgo. Aos 25min do primeiro tempo, Messi lançou o atacante Tevez, que estava impedido e disputou a bola com o goleiro Perez. O rebote ficou com Messi, que tocou novamente para Tevez. Novamente em posição irregular, o jogador do Manchester City completou para as redes.
O árbitro italiano Roberto Rossetti chegou a consultar o auxiliar sobre a validade do lance, mas decidiu confirmar o gol. Enquanto isso, imagens do telão do estádio mostravam que Tevez não tinha condição legal no lance.
“Foi um erro”, resumiu o porta-voz da Fifa, Nicolas Maingot. “Nós damos instruções claras sobre as transmissões dos jogos nos estádios, e elas não podem mostrar lances polêmicos. Foi uma falha isso ter aparecido”, completou.
Em outro jogo do domingo, o telão do estádio seguiu a determinação da Fifa. A Alemanha vencia a Inglaterra por 2 a 1 quando o meio-campista Lampard chutou de fora da área. A bola bateu no travessão e caiu dentro do gol, mas o árbitro uruguaio Jorge Larionda não marcou. Não houve reprise da finalização.
A preocupação com o telão resume uma cruzada da Fifa contra o uso de tecnologia no futebol. A entidade combate mudanças na fiscalização de lances polêmicos desde quando ainda era presidida pelo brasileiro João Havelange. Neste ano, o presidente Joseph Blatter já rechaçou em entrevista coletiva concedida na África do Sul mudar a regra ou adotar meios novos meios para coibir erros de árbitros.