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Patrocínio esportivo ajuda marcas a avançarem no ranking das mais valiosas do Brasil

Das 25 empresas presentes na classificação da Interbrand, 14 têm algum apoio ao esporte no portfólio

Heptacampeão mundial de F1, Lewis Hamilton estrela campanha publicitária do Itaú Personnalité - Reprodução

Patrocinar algum ativo esportivo, seja atleta, clube, campeonato ou federação, ajuda a alavancar as empresas na memória do público e a integrar o ranking de marcas brasileiras mais valiosas para 2022/2023, divulgado pela Interbrand nesta segunda-feira (27). Das 25 marcas do ranking, 14 contam com algum tipo de patrocínio esportivo em seu portfólio.

O Itaú ocupa a liderança da classificação há mais de 20 anos. É difícil pensar no banco e não lembrar das músicas que ficam na cabeça do consumidor, lançadas a cada edição da Copa do Mundo ou do patrocínio à seleção brasileira.

Recentemente, como forma de estabelecer um diálogo com a Geração Z, o banco também passou a investir nos e-Sports. Há ainda o patrocínio a torneios de tênis do circuito da ATP, que ajudam a conquistar clientes entre o público mais premium, e o uso de um astro internacional do esporte, como Lewis Hamilton, heptacampeão mundial de Fórmula 1, como embaixador da empresa.

Já o Bradesco, segundo colocado no ranking e principal concorrente do Itaú, atua no mercado sem fazer grandes investimentos em patrocínio esportivo atualmente. O banco já foi um dos principais apoiadores do esporte olímpico brasileiro, na época da Olimpíada do Rio 2016. No entanto, a estratégia da empresa mudou nos últimos anos, preferindo apoiar outras áreas e dando a entender que se decepcionou com os investimentos feitos no esporte.

O Banco do Brasil, por sua vez, que aparece em quinto lugar no ranking, é outra instituição financeira conhecida por, há muitos anos, realizar investimentos altos em patrocínio esportivo. Apoiador da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) desde os anos 1990, o BB deu uma guinada para outras áreas recentemente, como e-Sports e surfe, para se conectar com o público jovem.

Manutenção

Para Rafael Plastina, CEO da agência Sport Track, especializada em pesquisa de mercado, o patrocínio esportivo ajuda uma marca a ser mais lembrada, mas é preciso tempo para que haja esse ganho, como o Banco do Brasil soube esperar. A interrupção do apoio ao esporte também pode deixar para trás o vínculo afetivo que havia sido criado pela marca com o público.  

“Eu não diria que o marketing esportivo é desimportante. Ele é mais trabalhoso. E demora mais para que as marcas conquistem o público”, afirmou Plastina.

Construção de marca

Um caso interessante para mostrar como o marketing esportivo pode ajudar na construção de uma marca é o do Assaí. A rede atacadista se tornou detentora dos naming rights do Brasileirão em 2018. A associação ao futebol ajudou muito a empresa a se tornar, hoje, a 20ª marca mais valiosa do Brasil.

“Falando especificamente dessa marca, tenho tendência grande a concordar que o esporte tem um papel relevante nessa construção. Porque não sou muito impactado por essa marca em outros meios, exceto o futebol”, destacou Plastina.

Outro caso emblemático é o Nubank, banco digital fundado em 2013 e que já é a sétima marca mais valiosa do Brasil. No ano passado, a instituição financeira foi patrocinadora regional da Copa do Mundo do Catar, o que ajudou a empresa a conquistar corações e mentes dos brasileiros.

Entre as ativações que foram feitas durante o Mundial, houve um bolão para clientes, promoção que levou consumidores ao Catar e patrocínio a um jogo de perguntas e respostas relativo à Copa do Mundo na Cazé TV, que transmitiu a competição.

Cervejas

Um caso interessante de estratégia de marketing aparece no segmento de cervejas. A Skol é a terceira marca mais desejada do Brasil, logo à frente da Brahma, que é uma concorrente de público, mas não de empresa, já que ambas fazem parte da Ambev.

No entanto, enquanto a estratégia de marketing da Skol está vinculada atualmente a produtos de entretenimento, shows, música, festivais e baladas, a Brahma manteve o foco no futebol. Duas formas diferentes de atrair a atenção do consumidor.

“Tem duas coisas importantes. Uma é o próprio posicionamento das marcas dentro do mix de produtos da Ambev, e outra é a capacidade de investimento das marcas. As duas têm grande orçamento para investir em marketing. Mas, na estratégia da empresa, decidiu-se colocar a Skol em um lugar e a Brahma em outro. Mas as duas são populares”, analisou Plastina.

Ranking das marcas

Veja abaixo o ranking das marcas feito pela Interbrand em 2023 e qual é o valor de cada uma delas:

  1. Itaú: R$ 44,4 bilhões
  2. Bradesco: R$ 28,6 bilhões
  3. Skol: R$ 18,9 bilhões
  4. Brahma: R$ 13,3 bilhões
  5. Banco do Brasil: R$ 10,3 bilhões
  6. Natura: R$ 9,7 bilhões
  7. Nubank: R$ 3,8 bilhões
  8. Petrobras: R$ 3,5 bilhões
  9. Magazine Luiza: R$ 3,3 bilhões
  10. Vivo: R$ 2,9 bilhões
  11. Renner: R$ 1,9 bilhão
  12. XP: R$ 1,8 bilhão
  13. Ipiranga: 1,2 bilhão
  14. Drogasil: R$ 1,16 bilhão
  15. Claro: R$ 1,11 bilhão
  16. Porto Seguro: R$ 980 milhões
  17. Havaianas: R$ 942 milhões
  18. Cielo: R$ 941 milhões
  19. Americanas: R$ 844 milhões
  20. Assaí: R$ 724 milhões
  21. Atacadão: R$ 684 milhões
  22. PagSeguro: R$ 645 milhões
  23. Localiza: R$ 625 milhões
  24. SulAmérica: R$ 610 milhões
  25. Hering: R$ 583 milhões