A Fifa teve nesta sexta-feira uma reação que se esperava havia dois dias. A entidade, veemente opositora de ingerências políticas na gestão do futebol, manifestou desagrado com uma decisão do presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, que prometeu tirar a seleção do país africano de competições internacionais nos próximos dois anos. Se isso se concretizar, a equipe pode receber uma suspensão e aumentar o exílio.
Por meio de seu secretário-geral, Jérôme Valcke, a Fifa revelou que deu à Nigéria um prazo de 48 horas para rever sua posição. Caso isso não aconteça, a entidade ameaça o país com pesadas sanções no “mbito esportivo.
“Não podemos permitir que um governo decida os rumos de sua seleção. Há entidades esportivas designadas para isso. Se um país for contra nossos estatutos, vai contra todo o sistema do futebol”, disse Valcke em entrevista à rádio sul-africana “Talk 702”.
A decisão do presidente da Nigéria foi anunciada na quarta-feira por um assessor especial. A ideia de retirar a seleção nacional de competições nos próximos dois anos tem como razão a fraca campanha na Copa do Mundo deste ano – a proposta é usar o período de ausência em torneios para reorganizar o futebol local.
O problema é que a Fifa sempre se posicionou de forma contrária a esse tipo de procedimento. Neste ano, a entidade também ameaçou a França – o presidente do país europeu, Nicolas Sarcozy, mandou a ministra do Esporte à África do Sul e ameaçou intervir na equipe que explodia em crise durante a Copa do Mundo.