A Nike patrocina a Holanda, seleção classificada às semifinais da Copa do Mundo de 2010. Mas graças ao revés do Brasil nesta sexta-feira (o time pentacampeão também tem contrato com a marca), a companhia americana diminuiu consideravelmente a lista de apostas para o torneio disputado na África do Sul.
Antes do início da Copa do Mundo, o grande nome da Nike no futebol mundial era o português Cristiano Ronaldo. Eleito pela Fifa o melhor do mundo em 2008, ele foi a personalidade escolhida pela companhia para protagonizar campanhas e anúncios de publicidade estática.
No vídeo “Write the future” (“Escreva o futuro”, em tradução livre), por exemplo, é Ronaldo o jogador que aparece por último. Também foi português o atleta escolhido pela Nike para estampar um prédio e aparecer em primeiro plano na vitrine de sua loja oficial em Johanesburgo.
O problema é que Cristiano Ronaldo marcou apenas um gol e foi eliminado ainda nas oitavas de final da Copa do Mundo. O roteiro do jogador no torneio foi seguido por outros protagonistas da campanha recente da Nike: Ribéry, Cannavaro e Drogba caíram ainda na primeira fase, e Wayne Rooney se despediu nas oitavas – Ronaldinho Gaúcho, outro que aparece no vídeo, não foi sequer convocado.
Durante a Copa do Mundo, a Nike lançou uma versão mais curta da campanha, estrelada pelo brasileiro Robinho. No entanto, o camisa 11 também está fora da competição – foi dele o último gol da seleção no torneio, no revés por 2 a 1 para a Holanda.
A Nike ainda colocou Robinho como destaque em sua loja oficial – a figura de Cristiano Ronaldo foi retirada. O único lugar em que o português permaneceu incólume depois da eliminação foi o prédio do centro de Johanesburgo.
Com a queda do Brasil, a Nike reduz suas apostas na Copa do Mundo. Entre os atletas que são patrocinados pela empresa e ainda estão no torneio, apenas dois marcaram mais de um gol: o argentino Tevez e o holandês Sneijder, autor do tento que eliminou os pentacampeões.
O problema é que Sneijder não está entre os atletas mais badalados mundialmente pela Nike. Tevez até está retratado na loja oficial da marca em Johanesburgo, mas é outro que não tem espaço cativo em campanhas de impacto mundial.
No início da Copa do Mundo, quando a polêmica ainda era apenas a escolha de Ronaldinho Gaúcho para o vídeo, a Nike assegurou que não estava frustrada por sua principal aposta na seleção brasileira não ter sido convocada para a Copa do Mundo. Na época, dirigentes da companhia lembraram que a imagem dos atletas eleitos por eles não depende apenas do desempenho no torneio deste ano.