A Fifa promoveu nesta segunda-feira o último evento oficial sobre a Copa do Mundo de 2010. A entidade realizou uma entrevista coletiva em Johanesburgo para fazer um balanço sobre a competição, mas falou pouco sobre sua impressão da primeira edição do torneio no continente africano. Em vez disso, o evento dividiu-se entre elogios, piadas, arbitragem e Nelson Mandela.
O mais curioso é que os elogios não representam, necessariamente, que a Fifa tenha feito uma análise sobre o torneio. Sempre que foi possível, dirigentes da entidade enfileiravam adjetivos positivos sobre a Copa do Mundo, a África do Sul e o esforço do país para organizar o evento.
“No ano passado, quando me perguntaram qual era a nota que eu dava para a preparação, disse 7,5. As pessoas daqui acharam pouco e ficaram preocupadas. Hoje, vendo tudo que aconteceu e o brilhantismo dessa Copa, posso dizer que a nota é nove em uma escala de dez. E só é nove porque a perfeição simplesmente não existe”, disse Joseph Blatter, presidente da Fifa.
Mais tarde, questionado sobre o que a África do Sul precisaria ter feito para atingir a nota dez, Blatter deu uma resposta que sintetizou o tom da coletiva. “Dei nota nove porque o time da casa não avançou, mas isso me deixou ainda mais feliz. O povo não desistiu. Uma nota nove, afinal, é suficiente para um doutorado. Isso não está bom para vocês?”, perguntou o mandatário, entre risos.
A entrevista coletiva, aliás, foi cheia de tentativas de Blatter de fazer graça. No entanto, nada ocupou mais tempo no evento de fechamento da Copa do Mundo do que análises sobre a arbitragem.
Blatter não falou de forma incisiva em nenhum momento, mas respondeu cinco perguntas sobre arbitragem. Quando questionado se sua cautela com o tema escondia uma crítica ao desempenho na Copa do Mundo, respondeu apenas que “não podia entrar em detalhes”.
A arbitragem foi tema na entrevista coletiva até com questões sobre o futuro do jogo. Blatter foi novamente questionado sobre o uso de tecnologia no futebol. “È uma discussão que vamos retomar, sim. Mas só sobre a linha do gol”, avisou o presidente.
Após várias questões sobre o mesmo tema, Blatter encerrou a coletiva com um pronunciamento. O presidente da Fifa fez elogios ao lado humanitário do futebol, enalteceu o papel da Copa do Mundo para isso e dedicou o torneio a uma personalidade.
“Eu queria fazer um agradecimento especial a um homem que é responsável por estarmos aqui. Nós ressaltamos constantemente a import”ncia humanitária do futebol, e ele é a personalidade mais importante nessa área. Com o nome dele, eu fecho a Copa do Mundo Fifa de 2010: Nelson Madiba Mandela”, concluiu Blatter.