A menos de quatro anos da Copa do Mundo no Brasil, governos federal, estadual e municipal não são os únicos com prazos para captar recursos, conseguir parcerias com iniciativa privada e modernizar infraestrutura. O Corinthians, com o anúncio da construção de estádio em Itaquera, também terá de se apressar para que apelidos não atrapalhem a venda dos naming rights do local.
Com apenas algumas semanas após a definição sobre o estádio que deverá representar o Estado de São Paulo no Mundial, já surgiram nomenclaturas como Fielzão, usadas pela imprensa para se referir à arena, nocivas ao negócio. Caso algum nome ganhe força entre veículos de comunicação e população, aumenta o risco de que o nome de eventual empresa não emplaque e não consiga o retorno esperado.
Entre fontes de mercado, a confiança na capacidade do marketing corintiano predomina, mas também é consenso que o clube já deveria ter fechado o comprador dos naming rights. “Se você lançar o estádio com nome, desde obra ou projeto, você entrega à companhia uma propriedade que já é citada desde o início”, explica Mauro Holzman, diretor de novos negócios da Traffic Arenas.
Não há, contudo, um prazo preciso para a definição do negócio. É pouco provável que se possa afirmar com convicção que o Corinthians tem seis ou dez meses para atingir o objetivo, mas é necessário que o time paulista resolva esse impasse o quanto antes, segundo o diretor – envolvido na cessão dos naming rights do estádio do Atlético Paranaense, clube no qual trabalhou à época, à Kyocera.
“É perigoso entrar no mercado com arena sem nome porque a mídia vai chamar de algum nome, então o ideal é que ela nasça vendida”, complementa Fábio Wolff, diretor da agência Wolff Sports & Marketing. Enquanto a venda não é concretizada, é possível manter nomes flexíveis, tal qual faz o Grêmio com a construção da Arena Grêmio ou o Palmeiras, com a Arena Palestra.
Ao Corinthians, além do prazo para a cessão dos naming rights antes que algum apelido surja, a natureza do negócio contribui para tornar o tempo escasso. De acordo com o presidente do clube, Andrés Sanchez, se o nome do estádio não for negociado em “quatro ou cinco anos”, caberá ao time paulista o ônus da construção, em forma de reembolso à construtora responsável, Odebrecht. A cada ano, o negócio se torna menos viável.