A maior parte dos programas de sócio-torcedor do país tem como principal objetivo facilitar a compra e a venda de ingressos para os jogos. Grande parte desses programas, no entanto, se restringem a esse privilégio, sem passar outras vantagens que poderiam atrair aquele torcedor que não vai com tanta frequência ao estádio. O Ceará, por outro lado, vem incrementando as vantagens nos últimos meses e, com isso, ganhou novos adeptos.
Até o início do ano, o time tinha 15 mil torcedores cadastrados no programa “Sou Mais Ceará”. Hoje, o clube já conta com 20 mil filiados. Esses sócios têm, além de vantagens na compra de ingresso, 15% de descontos em produtos oficiais, vantagens como uma agência de viagens destinada aos torcedores e descontos em mais de 200 estabelecimentos comerciais em Fortaleza.
Nos últimos meses, o intuito do clube tem sido aumentar o número de benefícios com promoções semanais. Na última semana, por exemplo, o marketing cearense fez uma parceria com a Sony Pictures que sorteou ingressos entre os sócios para assistir ao filme Karatê Kid, que estreou nos cinemas brasileiros recentemente. A ideia, já posta em prática, é ter pelo menos uma ação como esta por semana.
Maurício Dias, diretor da Fã Clube, empresa responsável pelo marketing do Ceará, explica que o público do programa “Sou Mais Ceará” é essencialmente elitizado e que consome em peso as novas possibilidades. “Apesar de 95% de o plano ser para a arquibancada, 50% dos sócios são de alto padrão econômico”, afirma Dias. Hoje a média de público do time é 21 mil pessoas, sendo 12 mil apenas de sócios.
Além de atrair cada vez mais torcedores, o time quer evitar a vazão dos sócios quando o Castelão, estádio utilizado pelo clube, for fechado para as reformas para a Copa do Mundo de 2014. Como o local utilizado no futuro terá com capacidade reduzida, a diretoria fechará, então, a entrada de planos que incluem a compra de ingressos, focando apenas nas ações envolvidas com os torcedores.
Mesmo com essa restrição, a meta permanece ambiciosa: “Queremos popularizar o programa e chegar aos 70 mil sócios ao longo de 2011”, afirma Dias. A esperança é que o clube consiga receitas tão generosas quanto às recebidas pelo Internacional com o seu plano, e evite o fiasco vivido pelo Cruzeiro, que perdeu 70% dos seus associados quando o Mineirão fechou para reformas.