A novela envolvendo o PGA Tour e a ex-concorrente, que depois se tornou “sócia”, LIV Golf (criada e financiada pelo governo da Arábia Saudita) acaba de ganhar mais um capítulo nesta semana. Na terça-feira (1), a entidade sediada nos Estados Unidos e que reúne os principais jogadores da América do Norte anunciou o novo membro de seu Conselho Político.
Ninguém menos que Tiger Woods, uma das principais estrelas da modalidade e maior vencedor da história do American Tour. Ele irá se unir a outros seis representantes dos jogadores, que terão assento no órgão e o direito de aprovar as decisões no circuito.
Até então, Woods vinha sendo um dos principais opositores à fusão do PGA Tour com a LIV Golf, negociação que também envolve a entidade europeia DP World Tour e prevê a criação de uma liga global de golfe.
Em junho deste ano, quando o acordo entre as duas organizações foi anunciado, diversos jogadores do circuito norte-americano reagiram com indignação, já que não foram consultados sobre as negociações, que correram a portas fechadas, deixando de fora até mesmo estrelas da modalidade como Woods e Rory McIlroy.
Entenda a polêmica
A LIV Golf nasceu em 2021, numa rota de colisão com o PGA Tour, oferecendo prêmios astronômicos em dinheiro e um campeonato com menos eventos que o norte-americano. Essa situação acabou por provocar deserções de diversos jogadores rumo à competição da Arábia Saudita.
Na primeira temporada da LIV Golf (iniciada em 2022), o Fundo de Investimento Público (PIF, na sigla em inglês) saudita concedeu um total de US$ 250 milhões em prêmios, o que obrigou o PGA Tour a anunciar um cronograma “renovado” para o ano que vem, com prêmios mais competitivos em campos menores.
As duas ligas vinham brigando na esfera judicial, até que a fusão deu um basta à disputa entre os membros das altas esferas das duas organizações. Só que as queixas públicas feitas pelos jogadores são um sinal de que nem tudo estava resolvido. Pelo menos até agora.
Discurso diplomático
O comunicado feito pelo PGA Tour nesta semana trouxe um tom mais diplomático da parte de Woods. “Estou honrado em representar os jogadores do PGA Tour. Este é um ponto crítico para o circuito, e os jogadores farão o seu melhor para garantir que quaisquer alterações que sejam feitas nas operações sejam do melhor interesse de todas as partes interessadas, incluindo fãs, patrocinadores e jogadores. Os jogadores agradecem ao comissário (Jay) Monahan por concordar em abordar as nossas preocupações, e estamos ansiosos por estar à mesa com ele para tomar as decisões certas para o futuro do jogo que todos amamos”, afirmou o jogador.
A nota oficial não faz menção explícita ao acordo de fusão com a LIV Golf, mas o assunto fica evidente nas entrelinhas, em especial na declaração do comissário do PGA Tour, Jay Monahan. “Meu trabalho nas negociações é defender o que é melhor para os membros do PGA Tour, hoje e no futuro. Qualquer acordo a que cheguemos deve ser moldado pela contribuição de nossos membros e aprovação obtida por meio de nossos representantes dos jogadores”, disse o executivo.
A indicação de Woods para o cargo no Conselho Político do PGA Tour teve apoio de McIlroy. Entre os anúncios feitos por Jay Monahan, que ajudaram a angariar a simpatia dos atletas, está a de que nenhuma decisão importante na entidade poderá ser tomada no futuro, sem o envolvimento prévio e a aprovação dos representantes dos jogadores.