A contratação de Neymar foi um divisor de águas para o PSG. Pelo menos no crescimento das redes sociais. Quando anunciou o atacante, no dia 3 de agosto de 2017, o clube não era um desconhecido no mundo digital, mas estava longe de assumir o papel de protagonista que experimentou nesses seis anos em que contou com um dos craques mais midiáticos do planeta.
Neymar assinou com o PSG com o objetivo de se tornar o protagonista em um grande clube europeu que pudesse lhe colocar como postulante ao prêmio The Best, da Fifa, de melhor jogador do mundo. Já o time parisiense tinha como expectativa conquistar seu primeiro troféu da Champions League. Os dois objetivos fracassaram.
Neymar não conseguiu ser protagonista sequer do PSG, tendo dividido os holofotes com Kylian Mbappé, nas últimas seis temporadas, e Lionel Messi, nos últimos dois anos. Além disso, também enfrentou seguidas lesões que o impediram de disputar mais do que 31 jogos por temporada.
Junto disso, houve as desavenças com Mbappé, insatisfeito com o gosto do companheiro de clube por festas e badalações.
A relação do brasileiro com o time francês enfim se encerrou nesta terça-feira (15), com a divulgação da transferência para o Al-Hilal, da Arábia Saudita.
Redes sociais
Se em campo houve turbulências, fora dele o PSG viveu um céu de brigadeiro. Segundo um estudo da agência alemã Result Sports, o Paris Saint-Germain era, em 2017, apenas o nono colocado no ranking digital entre os clubes de futebol no mundo.
À época, a medição era feita pelo número de seguidores no Facebook, Instagram, Twitter, Google+, Periscope e YouTube. Algumas dessas redes nem existem mais ou perderam importância. Nessa classificação, o PSG vinha atrás de Barcelona, Real Madrid, Manchester United, Chelsea, Arsenal, Bayern de Munique, Liverpool e Juventus.
Com 45.305.170 seguidores em suas plataformas digitais, o PSG surgia logo à frente de outro clube emergente, com grandes investimentos vindos do Oriente Médio e o mesmo objetivo de conquistar a Champions League, o Manchester City, com 43.416.925.
Ao contrário do PSG, o time inglês conseguiu atingir esse patamar na temporada passada, quando superou a Internazionale na final da Champions League.
Segundo o mesmo ranking da Result Sports, em 2022, o PSG já havia se tornado o quarto clube no mundo com maior presença nas redes sociais, atrás apenas de Barcelona, Real Madrid e Manchester United. Lógico que, além de Neymar, teve impacto nesse bom desempenho a contratação de Messi, entre outros eventos midiáticos.
Para esse estudo, a agência já havia aumentado consideravelmente o número de plataformas sociais examinadas. Um total de 28 redes sociais foram analisadas para esse novo estudo, sendo as principais Facebook, Instagram, Twitter, YouTube, TikTok e SinaWeibo.
Efeito Neymar
Não se pode dizer que o crescimento exponencial do número de seguidores do PSG nos anos que se seguiram à contratação de Neymar se deve exclusivamente ao brasileiro. Nesse período, o time francês contou com outros jogadores midiáticos e conquistou títulos. Mas é inegável que a presença de Neymar no elenco ajudou bastante o clube a atingir esse novo patamar.
O Instagram foi a rede social onde o PSG mais conquistou adeptos. O time possuía 8,2 milhões de fãs na época em que o brasileiro foi anunciado. No dia em que o clube divulgou o post de agradecimento pelos serviços prestados pelo atacante, oficializando sua saída para o Al-Hilal, a equipe já tinha 66,7 milhões de seguidores. Ou seja, em seis anos de relação, houve um aumento de 713,4%.
NoTwitter, a conta oficial do clube contava com 4,6 milhões de seguidores em 2017. Com Neymar no time, atingiu 14,6 milhões, um crescimento de 217,4%.
Uma mostra de que a saída de Neymar trouxe um impacto negativo é que, no dia seguinte à saída do brasileiro, o PSG havia perdido cerca de 100 mil seguidores, caindo seu alcance para 66,6 milhões. Muitos torcedores criticaram a forma como Neymar foi tratado e ressaltaram que parariam de seguir o PSG após a saída do jogador. De fato, vários deles cumpriram a promessa.
Nos últimos dois dias, o PSG também anunciou as saídas de Abdou Diallo, Leandro Paredes e Renato Sanches. Nenhum deles, porém, tinha um alcance digital próximo ao do brasileiro.