Em comunicado emitido nesta sexta-feira, a TV Globo avisou que não vai participar da licitação dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro promovida pelo Clube dos 13. Em vez disso, a emissora negociará diretamente com os clubes.
A decisão do canal é consequência de um recente levante das equipes. Botafogo, Corinthians, Coritiba, Flamengo, Fluminense e Vasco declararam nesta semana que não participaram de nenhuma concorrência de direitos de transmissão com intermédio do Clube dos 13.
A nota da Globo diz que o Clube dos 13 desestruturou um produto complexo, que foi construído nos últimos anos, e que isso inviabilizaria qualquer retorno de um investimento da emissora. A entidade que representa as equipes publicou edital nesta quinta-feira sobre a licitação, a despeito da cisão com alguns de seus representantes, e estabeleceu R$ 500 milhões como pedido mínimo para a rede aberta.
Após decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no ano passado, a Globo perdeu direito de preferência na negociação. Além disso, o Clube dos 13 resolveu desmantelar os direitos e dividir em uma série de propriedades.
No caso da TV aberta, o Clube dos 13 criou um cálculo para definir o quanto outros canais deveriam pagar para compensar a expertise da Globo e o fato de a emissora ser líder de audiência. O grupo estabeleceu uma margem de 10% favorável ao canal carioca na concorrência.
Veja a íntegra do comunicado da Globo:
“Os dirigentes efetivamente preocupados com os legítimos interesses dos seus clubes e, acima de tudo, os torcedores são testemunhas dos volumosos investimentos que a Rede Globo tem feito ao longo desses anos, numa parceria pelo aprimoramento do nosso futebol, na busca de um espetáculo emocionante, com profissionalismo e qualidade.
Essa contribuição tem se traduzido no crescimento das receitas dos clubes, não só através das receitas obtidas com a venda dos direitos de transmissão, bem como com a comercialização de outros direitos, incluindo propaganda nos uniformes e publicidade nos estádios.
As exigências e modificações nos conteúdos das plataformas implicam na desestruturação de um produto complexo, que foi construído ao longo dos últimos 13 anos, inviabilizando assim qualquer perspectiva de um retorno compatível com os investimentos na compra dos direitos.
As condições impostas na carta-convite não se coadunam com nossos formatos de conteúdo e de comercialização, que se baseiam exclusivamente em audiência e na receita publicitária, sendo incompatíveis com a vocação da televisão aberta que, por ser abrangente e gratuita, é a principal fonte de informação e entretenimento para a maioria dos brasileiros.
Assim é, em respeito ao interesse do público, que a Rede Globo se sente impedida de participar desta licitação e pretende manter diálogo com cada um dos clubes para chegarmos a um formato para a disputa pelos direitos de transmissão que privilegie a parte mais importante desse evento: o torcedor.
Central Globo de Comunicação”