Equipe francesa mais bem-sucedida da atualidade, o PSG está fora da licitação da maior arena esportiva do país europeu, o Stade de France. O clube optou por não apresentar proposta na concorrência para assumir a concessão do estádio, que tem capacidade para quase 80 mil torcedores e sediou as finais da Copa do Mundo de 1998 e da Copa do Mundo de Rúgbi de 2023.
O prazo para entregar os documentos era até o meio-dia desta quarta-feira (3). Na França, havia grande expectativa de que a Qatar Sports Investments (QSI), dona do PSG, apresentasse uma proposta para assumir o Stade de France, localizado em Saint-Denis, ao norte de Paris.
Desde 1995, o estádio vem sendo administrado pelo consórcio formado pelas empresas francesas Vinci e Bouygues, que controlam, respectivamente, dois terços e um terço do negócio. Essa concessão vencerá em junho de 2025. As autoridades francesas esperam receber no mínimo € 600 milhões nessa licitação.
Polêmica do Parc des Princes
Assumir a gestão do Stade de France é uma hipótese que vinha sendo fortemente cogitada pela QSI, desde março do ano passado, depois que teve recusadas pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo (PS), suas tentativas de adquirir o Parc des Princes.
Construído em 1897 (ou seja, 73 anos de o PSG ser fundado), o estádio da capital francesa tem sido a casa do clube vermelho e azul. Nas últimas décadas, na medida em que começou a contratar craques de fama internacional, garantindo a hegemonia no futebol do país e atraindo os holofotes da mídia em todo o mundo, a equipe passou a buscar meios de ampliar a capacidade de público em seus jogos.
A intenção inicial da QSI era investir na ampliação e modernização do Parc des Princes, que hoje tem condições de receber até 48 mil torcedores. Porém, a condição necessária imposta pelo grupo do Oriente Médio era de que o estádio passasse a ser propriedade definitiva do clube.
Diante das recusas do governo de Hidalgo, a QSI resolveu externar seu interesse pelo Stade de France. Nos bastidores, porém, a “investida” do PSG era vista muito mais como uma tentativa de pressionar a prefeita, na queda de braço pelo Parc des Princes.
Assumir o Stade de France traria complicadores para o clube, já que o espaço não ficaria 100% à sua disposição. Isto porque existe uma cláusula que garante prioridade à Federação Francesa de Futebol (FFF) e à Federação Francesa de Rúgbi (FFR) para uso do local, até 2050.
Desde sua inauguração, em 1998, para a Copa do Mundo daquele ano, o Stade de France pouco tem sido utilizado pelos clubes de futebol do país. Além das partidas das seleções francesas de futebol e rúgbi, estádio tem sido palco de shows internacionais.
Arctos Partners
No fim do ano passado, a QSI vendeu 12,5% do PSG ao fundo de investimento privado Arctos Partners, dos Estados Unidos, pelo valor de € 531 milhões (o equivalente a R$ 2,8 bilhões).
A parceria não prevê ingerência do grupo norte-americano no futebol do clube francês. Os investimentos feitos pela empresa serão destinados para o crescimento das operações do clube e apoio às suas iniciativas imobiliárias, incluindo o estádio e futuras fases de desenvolvimento do centro de treinamento em Poissy, no subúrbio de Paris.
A ideia inicial da QSI seria canalizar os investimentos da Arctos Partners para a ampliação e modernização do Parc des Princes. Desde que a compra do estádio seja concretizada.
Outra opção que vem sendo estudada é construção de um novo estádio para o PSG na Île-de-France, a região metropolitana de Paris, com capacidade para 70 mil torcedores.