A Assembleia Geral de Credores do Guarani aprovou o plano de recuperação judicial do clube, que pretende quitar, ao longo de 12 anos, as dívidas cíveis e trabalhistas acumuladas no valor aproximado de R$ 60 milhões. Dos quase 400 credores, apenas 21 se mostraram contrários. A aprovação foi de 94% no trabalhista, cerca de 75% no quirografário e 80% entre microempresas e empresas de pequeno porte (ME/EPP)
O procedimento de recuperação judicial é o instrumento jurídico escolhido pela diretoria para permitir o equacionamento da estrutura de capital do clube, viabilizando o cumprimento das obrigações assumidas perante os credores e a reestruturação financeira e operacional. Atualmente, na fila cível, existem credores há 25 anos sem receber do clube, que também não paga impostos desde a década de 1990.
A aprovação da recuperação judicial é o primeiro passo para que o Guarani comece a quitar o valor negociado, tirando os bloqueios financeiros e penhoras. Agora, o acordo seguirá para homologação no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).
“Sinto-me realizado em ver que começaremos uma nova era. De forma viável, vamos pagando dívidas antigas que assombram o clube e não nos deixam prosperar há anos. Com equilíbrio, administração e organização, pagaremos nossos credores nos próximos anos e teremos um futuro muito melhor. É uma melhora de longo prazo, sendo um passo sólido na história do Bugre”, analisou Ricardo Moisés, CEO do Guarani.
“Foram dois anos de trabalho diário para chegarmos nessa assembleia e começarmos a escrever uma nova página na história do Guarani. Um clube da nossa grandeza merece grandes passos por um futuro vencedor”, ressaltou Fábio Araújo, presidente do Conselho Fiscal do clube do interior paulista.
Vale lembrar que o Guarani é o segundo clube que disputará a Série B do Brasileirão em 2024 a aprovar um plano de recuperação judicial em menos de uma semana. No fim da semana passada, o Avaí divulgou a mesma iniciativa, com o objetivo de quitar dívidas acumuladas de R$ 42,7 milhões.