Os Jogos de Paris 2024 devem custar aos cofres públicos entre € 4 bilhões e € 5 bilhões, segundo Pierre Moscovici, presidente do Tribunal de Contas da França. O número mais pessimista supera em € 2 bilhões a previsão anterior. Ou seja, representa um acréscimo de 40% nas despesas com o evento.
A Olimpíada será disputada entre 26 de julho e 11 de agosto. Já a Paralimpíada acontecerá de 28 de agosto a 8 de setembro.
“Ainda não sabemos o custo dos Jogos Olímpicos. O Tribunal de Contas irá auditá-lo depois da Olimpíada”, afirmou Moscovici, em entrevista à rádio pública France Inter.
“Esses jogos deverão custar entre € 4 bilhões e € 5 bilhões. Veremos”, completou.
Questionado sobre o impacto dos Jogos Olímpicos de 2024 na dívida pública, Moscovici respondeu que seria “moderado”.
Aumento
O montante de € 3 bilhões tinha sido a previsão anterior mencionada por Moscovici. Em 2023, documentos orçamentários indicaram um investimento público de € 2,44 bilhões, incluindo € 1,3 bilhão para o Governo Federal e € 260 milhões para a cidade de Paris.
No entanto, nem todos os custos são conhecidos. Recentemente, por exemplo, foram acrescentados os bônus de € 1.900 pagos aos policiais que farão a segurança do evento. Isso poderá aumentar a despesa pública em € 500 milhões.
Atualmente, a conta provisória para os Jogos Olímpicos, que inclui dinheiro público e privado, está próxima de € 9 bilhões. O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (Cojo) tem um orçamento de € 4,4 bilhões, com 96% desse montante vindo da iniciativa privada, ou seja, de patrocinadores e parceiros comerciais.
Já o orçamento da Solideo, responsável pela construção de instalações permanentes que serão utilizadas durante os Jogos, é de € 4,4 bilhões, dos quais € 1,7 bilhão vêm de fundos públicos.
Transporte
Como sinal da dificuldade de fechar as contas a quatro meses dos Jogos Olímpicos, o Cojo perguntou recentemente ao governo da região de Ile-de-France, onde fica Paris, se poderia cobrir os custos de transporte de 200 mil pessoas credenciadas para o evento, incluindo atletas, funcionários e jornalistas. Tal despesa ficaria em € 8,5 milhões e foi recusada.
“O Cojo pode maximizar as suas receitas porque ainda possui patrocinadores com quem trabalhar e ingressos para vender”, rebateu Valérie Pécresse, presidente do Conselho Regional de Ile-de-France, em entrevista à agência France Presse nesta terça-feira (26).
Anteriormente, o Cojo havia pedido para que o governo da região assumisse as despesas com o transporte de 50 mil agentes de segurança que virão do interior do país e aumentasse a oferta do serviço para pessoas com mobilidade reduzida. Isso já teria custado € 250 milhões.
Ingressos
A Olimpíada de Paris vendeu 3,3 milhões de ingressos apenas três semanas depois da organização ter colocado os bilhetes à venda com preços a partir de € 24.
Mais de 60% dos ingressos foram adquiridos na França, enquanto o restante foi comprado por torcedores de outros 158 países. 45% dos compradores são mulheres, enquanto 44% dos ingressos para as competições foram adquiridos por fãs com menos de 35 anos.