Há um ano, quando a seleção brasileira se preparava para encarar a Copa do Mundo da África do Sul, uma das principais investidoras do futebol brasileiro era a Hypermarcas. À época, marcas do grupo ocupavam propriedades de destaque em Corinthians, Botafogo, Ceará e Goiás. Hoje, a estratégia mudou, e os investimentos se esvaíram.
Na última rodada do Campeonato Brasileiro, na derrota por 4 a 1 para o Atlético-GO, o Ceará entrou em campo sem o logotipo da NeoQuímica, laboratório farmacêutico pertencente à companhia. O contrato de patrocínio aos cearenses expirou no início de junho, e a empresa preferiu nem negociar a continuidade no clube alvinegro.
Em mesma situação está o Goiás. O acordo entre goianos e Hypermarcas só terminaria no fim desta temporada, em dezembro, mas a companhia decidiu encerrá-lo também no fim deste mês, embora a equipe ainda quisesse seguir com a parceria. Não há, tanto no Goiás quanto no Ceará, negociações avançadas com outras empresas.
O Botafogo ficou sem a marca da NeoQuímica ainda em janeiro deste ano. Os cariocas conseguiram, em meados de 2010, estender o aporte até o fim do ano, mas não puderam convencer o grupo a permanecer na camisa alvinegra também em 2011. Nos meses seguintes, o clube teve de encontrar parceiros pontuais para superar a perda.
Outro clube que recebeu investimentos da Hypermarcas em 2010 foi o Cruzeiro, no fim da temporada. Após patrocínio pontual nas últimas partidas do Brasileiro, o grupo cogitou substituir o BMG na cota máster da equipe celeste, mas o banco mineiro aumentou a proposta para renovar o contrato e impediu a entrada da companhia.
Desse modo, com contrato até o fim de 2011, o Corinthians é o único time da primeira divisão a seguir nos planos da empresa. A proximidade com Ronaldo – cuja contratação, em 2009, coincidiu com a chegada da Hypermarcas – é um dos diferenciais mantidos pelo clube paulista, bem como a visibilidade proporcionada.
Procurada pela reportagem da Máquina do Esporte, a Hypermarcas não concedeu posicionamento oficial acerca dos patrocínios a clubes de futebol até o fechamento deste texto. O Criciúma, membro da segunda divisão nacional, também é patrocinado pela empresa, mas não há notícias sobre a continuidade do investimento.