A era de técnicos extremamente identificados com a torcida nos dois maiores clubes do Rio Grande do Sul, Grêmio e Internacional, chegou ao fim. Renato Gaúcho e Falcão foram demitidos e deixaram lacunas não apenas no departamento de futebol, mas no marketing, no qual desempenhavam papel de garotos-propaganda.
A primeira reação logo após as demissões foi muito parecida em ambos os clubes. Diante de questionamentos sobre a continuidade de ações de marketing ligadas a Falcão, como camisa retrô e miniatura do treinador, o marketing do Internacional preferiu não se manifestar e deixar todos os assuntos por conta da presidência.
O Grêmio, no fim de junho, quando dispensou Renato Gaúcho após sequência de resultados negativos dentro de campo, também havia dito à Máquina do Esporte que não gostaria de se pronunciar sobre o futuro das iniciativas relacionadas ao ex-treinador. Em ambos os clubes, o uso da imagem dos técnicos foi abortado prontamente.
No Internacional, a sensação é de que produtos alusivos a Falcão precisariam de momento mais adequado para serem lançados. Desse modo, é provável que a comercialização da miniatura do ex-técnico, bem como a apresentação da camisa que lembrava da atuação do atleta em 1979, sejam adiadas ou canceladas.
Como a demissão de Renato Gaúcho já completou mais de uma quinzena, há mais certezas sobre o que será feito no futuro. Para o segundo semestre, o Grêmio preparou nova linha de comunicação para ancorar todos os projetos e ações de marketing, dessa vez não mais calcada na presença do treinador, mas na torcida.
“O Renato tem empatia muito grande com nossos torcedores, então nesse aspecto ele foi um instrumento de comunicação e relacionamento muito importante, que trouxe ótimos resultados”, avalia Paulo César Verardi, diretor de marketing gremista, a respeito do período em que pôde contar com o ex-treinador nas ações.
A previsão do dirigente, inclusive levando em consideração o caso de Falcão no Internacional, é que, passada a confusão causada pela demissão, essas figuras voltem a protagonizar ações. “Evidentemente, perdemos a proximidade com eles, mas a figura do ídolo não é abalada, e a torcida tem consciência disso”, aponta Verardi.
Quem mais sofreu com manifestações de torcedores, na verdade, foram Giovanni Luigi, presidente colorado, e Paulo Odone, mandatário gremista. Em ambos os clubes, houve reclamações em redes sociais, como Twitter e Facebook, por vezes exacerbadas. Os dois presidentes estariam fora das equipes, caso a decisão dependesse desses fãs.