A final da Champions League, que será realizada neste sábado (1º), a partir das 16h (horário de Brasília), no Estádio de Wembley, em Londres, no Reino Unido, reunirá adversários em situações muito distintas em termos financeiros.
Com apenas um troféu da principal competição de clubes do planeta em seu currículo, o Borussia Dortmund, da Alemanha, tentará desbancar nada menos que o maior vencedor da Champions League em todos os tempos, o Real Madrid, que soma 14 títulos até o momento.
A única taça do Borussia Dortmund no principal torneio organizado pela União das Associações Europeias de Futebol (Uefa) foi obtido na temporada 1996/1997. Desde então, o clube vinha sendo, muitas vezes, um mero figurante tanto na Champions League quanto no próprio futebol alemão, que conviveu com a hegemonia absoluta do Bayern de Munique por 11 temporadas, a qual foi quebrada apenas neste ano, com o título do Bayer Leverkusen na Bundesliga.
Enquanto isso, nas últimas dez temporadas da Champions League, o Real Madrid faturou cinco edições, o que demonstra o tamanho do fosso existente entre os dois finalistas. Mas as disparidades se tornam ainda maiores quando analisamos o raio-x financeiro de cada um dos finalistas.
Receitas
O Borussia Dortmund jamais poderia ser considerada uma equipe de poucos recursos. Pelo contrário. Em 2023, por exemplo, o time ocupou a 12ª posição na lista dos clubes que mais faturaram no mundo, trazida pelo relatório Deloitte Football Money League.
De acordo com o estudo realizado pela consultoria com sede em Nova York, nos Estados Unidos, o clube alemão obteve € 420 milhões em receitas no ano passado. Convertido em reais, esse valor representa R$ 1 bilhão a mais do que o faturamento alcançado pelo Flamengo (clube mais rico do Brasil) em 2023.
As receitas do Borussia Dortmund ficaram um pouco abaixo das registradas pela Juventus (€ 437 milhões) no período. E superaram as de times tradicionais da Itália (Milan e Internazionale), Inglaterra (Newcastle e West Ham) e França (Olympique de Marselha).
Mas tudo depende de como fazemos a comparação. De acordo com o mesmo estudo, as receitas do Borussia Dortmund em 2023 representaram pouco mais que a metade das obtidas pelo Real Madrid, clube de futebol que mais faturou no mundo no período, com um total acumulado de € 831,7 milhões (cerca de R$ 4,7 bilhões, pela cotação atual).
Evolução das receitas
A exemplo dos demais clubes de futebol da Europa, o Borussia Dortmund teve suas finanças afetadas pela pandemia de Covid-19, que paralisou campeonatos e fechou estádios durante seu auge, entre 2020 e 2021.
Em 2019, por exemplo, o clube alemão havia atingido € 372 milhões em faturamento. No ano seguinte, quando a pandemia chegou ao continente, esse número caiu para € 366 milhões, graças à queda nas receitas de dias de jogos (matchday), que passaram de € 70 milhões para € 55 milhões.
Apenas em 2023 essa fonte de renda ultrapassaria os níveis de 2019, alcançando € 75 milhões. No ano passado, as receitas comerciais do clube também tiveram um crescimento expressivo, passando de € 167 milhões, em 2022, para € 188 milhões.
Já os ganhos com direitos de transmissão, que haviam caído de € 187 milhões, em 2021, para € 145 milhões, no ano seguinte, apresentaram uma ligeira recuperação, alcançando € 158 milhões em 2023.
Elenco
Na comparação entre os valores de mercado dos jogadores de cada um dos clubes, o Borussia Dortmund leva desvantagem em relação ao Real Madrid. Segundo a plataforma Transfermarkt, o elenco da equipe alemã está avaliado em € 463,7 milhões (quase R$ 2,6 bilhões), enquanto o da equipe espanhola ultrapassa € 1 bilhão.
Atualmente, os jogadores mais valiosos do Borussia Dortmund são o goleiro Gregor Kobel, o meia ofensivo Julian Brandt e o ponta-direita Donyell Malen, cada qual avaliado em € 40 milhões (R$ 224 milhões).
Vale lembrar que, até o ano passado, o clube alemão tinha em seu elenco o inglês Jude Bellingham, que foi negociado justamente com o Real Madrid pela quantia de € 103 milhões (R$ 577 milhões).
Nesta temporada, o Borussia Dortmund acumula um saldo positivo de € 47,35 milhões (R$ 265,4 milhões) nas transferências de jogadores. O clube conta com 13 estrangeiros e 16 atletas que costumam ser convocados regularmente por suas seleções nacionais.
Redes sociais
O Borussia Dortmund soma, atualmente, 20,7 milhões de seguidores no Instagram. De acordo com a agência Samba Digital, desde que foi confirmado como um dos finalistas da Champions League 2023/2024, o clube alemão foi o terceiro do mundo a ganhar mais seguidores na rede social da Meta.
Entre os dias 8 e 22 de maio, o Borussia Dortmund acumulou 389 mil novos fãs, crescimento que ficou atrás apenas do obtido pelo Manchester City (586 mil seguidores a mais) e do próprio Real Madrid, que avançou em 1,5 milhão de pessoas a sua base no Instagram no período.
Na medida em que foi avançando na competição continental, o Borussia Dortmund viu seu engajamento no Instagram disparar. Na partida de ida das oitavas de final, contra o PSV, da Holanda, as publicações do time alemão tiveram cerca de 770 mil reações.
Já no jogo de volta das quartas de final, quando se classificou diante do Atlético de Madrid, o Borussia registrou 5,7 milhões de interações. Finalmente, em 8 de maio, quando desbancou o PSG e garantiu sua vaga na final da Champions League, os representantes da Muralha Amarela alcançaram 17,9 milhões de reações em seus posts.
Patrocínios
O Borussia Dortmund tem como patrocinadora máster a multinacional do ramo químico Evonik, que é também acionista majoritária do clube.
A alemã Puma é a fornecedora de materiais esportivos da equipe, que também tem a empresa de telecomunicações 1&1 como uma de suas patrocinadoras principais.
Já os naming rights do estádio do clube (antes conhecido como Westfalenstadion, que sediou jogos nas Copas do Mundo de 1974 e 2006) pertencem, desde 2005, à companhia de seguros Signal Iduna. O atual contrato é válido até 2031.
Com capacidade para 81.359 torcedores, o Signal Iduna Park é o maior estádio da Alemanha e também o que recebe as maiores médias de público da Europa.
Na temporada 2023/2024 da Bundesliga, o Borussia Dortmund foi o único time do continente a ultrapassar a marca de 80 mil pessoas por jogo, o que demonstra o tamanho do fanatismo da torcida. A média exata foi de 81.305 torcedores por partida.