Os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro têm sido usados pela delegação cubana como uma espécie de ?fuga? do regime comunista imposto pelo ditador Fidel Castro. Na Vila Pan-Americana e no Centro de Imprensa, os cubanos aproveitam o esporte para fugir da rigidez do regime de Fidel. Usando o esporte como pano de fundo, atletas e jornalistas de Cuba têm se rebelado contra a doutrina comunista. Até agora, com uma semana de Pan transcorrida, quatro atletas cubanos já fugiram da Vila Pan-Americana e, agora, tentam se firmar no Brasil. A deserção dos atletas começa a causar um problema diplomático para a Odepa. Em comunicado, a entidade responsável pelo esporte ns Américas afirmou que ?dará o devido acompanhamento? aos resultados da investigação sobre o sumiço dos atletas. Já no Riocentro, onde fica o centro de imprensa com as emissoras oficiais de transmissão, o fato que mais chama a atenção dos jornalistas é a maneira como os cubanos têm aproveitado o sucesso de seus uniformes de trabalho. Usualmente os jornalistas que cobrem o Pan trocam entre si os uniformes destinados pelas suas emissoras para o evento. Os cubanos, com jaquetas da Adidas iguais às usadas pelos atletas do país, só aceitam vender as vestimentas. E o preço é salgado: cerca de US$ 200, quase o dobro do que é cobrado pelo uniforme brasileiro nas lojas oficiais do Pan. Na Vila, entre os atletas, a negociação começou a tomar as mesmas bases assim que o ?costume? dos jornalistas se tornou popular. Agora, os cubanos não aceitam mais trocar os uniformes. Nesse caso, porém, o custo é ainda mais salgado: cerca de US$ 300.