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Grêmio, Santos, Fortaleza e Ceará deixam de faturar, juntos, R$ 14,5 milhões com queda na Copa do Brasil

Soma diz respeito aos valores que os quatro clubes ficarão sem receber por não avançarem às oitavas de final do torneio organizado pela CBF

Mesmo com Neymar em campo, Santos foi eliminado pelo CRB na Copa do Brasil - Raul Baretta / Santos

Apesar de viveram realidades financeiras distintas, clubes como Grêmio, Santos, Fortaleza e Ceará reconhecem a importância da premiação em dinheiro paga pela Copa do Brasil aos times participantes.

Eliminados na rodada desta semana (diante de adversários teoricamente mais fracos, com exceção do Ceará, batido pelo Palmeiras) os quatro times, que disputam também a Série A do Brasileirão, deixarão de ganhar uma soma significativa por não avançarem às oitavas de final da competição.

Lançada em 1989, para definir o segundo classificado do país para a Copa Libertadores (até então, eram duas vagas por nação, sendo que, por aqui, uma delas ia para o campeão brasileiro e outra para o vice), a Copa do Brasil já viveu momentos díspares em sua história.

Inspirado em competições nacionais em formato mata-mata, como Copa do Rei (Espanha), Taça de Portugal e FA Cup (Inglaterra), este último a mais tradicional de todas, o torneio organizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) representa, hoje, um objeto de desejo para boa parte das torcidas do país.

Entre 2001 e 2012, porém, a história era outra. Depois que a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) decidiu ampliar o número de vagas para clubes brasileiros na Libertadores, os times classificados para o torneio continental (em tese, mais competitivos) sequer disputavam a Copa do Brasil, por conta do conflito de datas.

A partir de 2013, com o retorno dos clubes que disputavam a Libertadores, a Copa do Brasil voltou a atrair com mais intensidade as atenções do público e da mídia.

As premiações em dinheiro pagas pela CBF ajudaram a tornar a competição ainda mais sedutora para as torcidas, sobretudo porque os valores acumulados pelo campeão passaram a atingir somas milionárias, que podem fazer a diferença nas finanças dos clubes.

Quanto os quatro clubes deixarão de faturar?

De um modo geral, torcedores tendem a dar mais atenção à premiação acumulada pelo vencedor da Copa do Brasil. No ano passado, por exemplo, o campeão Flamengo ganhou um total de R$ 93 milhões pelo título.

Mesmo clubes que não conquistam a taça, porém, têm muito a ganhar participando da Copa do Brasil.

Times da Série C do Brasileirão que entraram na 1ª fase do torneio ganharam R$ 830 mil em premiação. Já os da B levaram R$ 1.378.125.

Entre os times da Série A que foram eliminados nesta semana, Grêmio e Ceará ingressaram na Copa do Brasil logo na 1ª fase, faturando R$ 1.543.500 cada um.

A dupla também participou da 2ª fase, quando cada um recebeu mais R$ 1.874.250 em premiação.

Santos e Fortaleza iniciaram sua trajetória na Copa do Brasil 2025 já na 3ª fase. Nesta etapa, a premiação estabelecida é de R$ 2.315.250 por time, independentemente da divisão em que esteja no Brasileirão.

Mesmo contando com o astro Neymar em campo, o Peixe acabou sendo eliminado pelo CRB nos pênaltis. O Fortaleza caiu diante do Retrô-PE. Já o Ceará não resistiu ao Palmeiras. Por fim, o Grêmio, assim como o Santos, perdeu para outro alagoano, o CSA.

Fora das oitavas de final, os quatro deixarão de ganhar, juntos, a quantia aproximada de R$ 14,5 milhões.

Isso porque, nas oitavas de final da Copa do Brasil 2025, cada um deles receberia a quantia de R$ 3.638.250.

Se algum conseguisse a proeza de avançar às quartas de final, teria a chance de ganhar mais R$ 4.740.750 em premiação.

Como funciona a premiação da Copa do Brasil

Enquanto na Série A do Brasileirão os direitos de TV e a publicidade estática pertencem aos clubes, que os negociam diretamente com as empresas de mídia e agências de marketing e publicidade, na Copa do Brasil as propriedades comerciais são uma exclusividade da CBF.

É desses contratos que vem o dinheiro para a premiação paga pela entidade aos clubes participantes do torneio.

Conforme já demonstrou a Máquina do Esporte, apesar de as somas distribuídas pela Copa do Brasil serem vultosas, a competição é menos rentável aos clubes do que a Série A do Brasileirão, que, apesar de possuir premiação em dinheiro menor, permite que os times faturem mais com os contratos de direitos de transmissão e de publicidade estática.

Em 2025, por exemplo, o Flamengo deverá receber R$ 198 milhões do Grupo Globo pelos direitos do Brasileirão, o que representa mais do que o dobro do prêmio em dinheiro conquistado na Copa do Brasil 2024.