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A vida de quem não gosta de esporte deve ser muito chata

Feriado com Maratona do Rio, Copa do Mundo de Clubes e Vivo Rio Pro apresentado por Corona mostrou a força e o potencial do setor que, ao que parece, não vê limites

Atletas completam os 42km da Maratona do Rio no Aterro do Flamengo - Divulgação / Fotop

Sempre pratiquei esporte. Sempre assisti a diversos esportes. Sempre defendi o esporte. E trabalho com esporte há mais de 20 anos. Nunca duvidei da força do esporte e do impacto que ele tem na vida das pessoas. Mas admito que, nesse último feriado, fiquei impressionado com o que vi.

Passei o Corpus Christi no Rio de Janeiro (RJ), cidade que normalmente, no dia a dia, pode ser considerada um sinônimo de esporte. Foram dias bonitos, de sol, céu azul, então a orla, a areia e o mar carioca estavam como de costume, ou seja, muita gente praticando modalidades como caminhada, corrida, ciclismo, natação, futevôlei, vôlei de praia, beach tennis, frescobol, surfe e stand up paddle, entre outras.

Mas esse feriado, especificamente, contou com três eventos que realmente me fizeram ficar até emocionado. Para começar, foi disputada a 23ª edição da Maratona do Rio. Pela primeira vez dividido em quatro dias, com um dia para cada distância estipulada (5km, 10km, 21km e 42km), o evento bateu recorde de corredores: foram mais de 60 mil atletas.

O número, por si só, já é espetacular. Mas fica ainda mais quando se fica sabendo que 85% dos corredores não eram da capital fluminense. Esse tanto de gente se hospedou, comeu, bebeu, se deslocou, visitou atrações turísticas. Sem contar quem veio de um pouco mais longe e pagou passagens aéreas. É um impacto enorme na economia para um período curto, de apenas quatro dias.

Mas quero ir além disso. Foram 60 mil pessoas olhando para a própria saúde, o próprio bem-estar, se desafiando, vendo que são capazes, querendo garantir um presente e um futuro melhores. É mudança de vida.

Sempre defendi que o esporte é a melhor maneira de ensinar conceitos que servem para construir uma sociedade melhor. O esporte educa. O esporte transmite valores como respeito, disciplina, resiliência, perseverança, ensina a trabalhar em equipe, ensina a perder, ensina a lidar com frustrações, ensina a admirar.

Corro há muitos anos e estive nas provas de 5km e 21km a convite da Adidas, marca esportiva oficial da Maratona do Rio desde 2022. Ver as pessoas fazendo algo de bom por elas mesmas, felizes, com sorriso aberto, vibrando, é espetacular. E, mesmo fora dos horários das provas, era impossível não cruzar com alguém vestindo uma das camisas do evento ou com uma medalha pendurada no pescoço pela cidade.

Mas também não quero ficar só nisso. Porque o esporte não é só a prática feita por nós mesmos. Ele também passa por ficarmos com os olhos grudados na TV (ou em qualquer outro meio atualmente), torcendo, vibrando e sofrendo.

Tive o privilégio de estar na cidade durante a Copa do Mundo de Clubes, que está sendo disputada com três representantes cariocas envolvidos. Mais especificamente durante a 2ª rodada da fase de grupos, em que o Botafogo bateu o PSG, o Flamengo venceu o Chelsea e o Fluminense derrotou o Ulsan Hyundai. No caso dos dois primeiros, resultados robustos para o futebol brasileiro.

A Fan Zone em Copacabana estava cheia. No Museu do Amanhã, que visitei na sexta à tarde, a ativação da Budweiser também atraiu muita gente. Eu estava dentro do museu quando o duelo entre Flamengo e Chelsea começou, e foi muito legal ver o tanto de gente presente por ali.

Bud Zone by Village, ativação da Budweiser para a Copa do Mundo de Clubes, lotada de flamenguistas no Museu do Amanhã – Reprodução / Instagram (@village.rio)

Além disso, não foram poucos os bares que vi completamente lotados de torcedores vibrando com seus times. Botafogo na quinta, Flamengo na sexta e Fluminense no sábado. Peguei diversos carros de aplicativo durante o feriado, inclusive com torcedores vascaínos, e percebi a tristeza deles de não terem o time presente no torneio.     

Para fechar, ainda quero citar o Vivo Rio Pro apresentado por Corona, etapa do Championship Tour (CT) da World Surf League (WSL), que também teve início em meio ao feriado, na Praia de Itaúna, em Saquarema. Sim, a cidade fica a pouco mais de 100km da capital, e não estive lá. Mas a ótima cobertura que está sendo feita pela Máquina do Esporte deixa claro o sucesso do evento. É gente que não acaba mais nas areias, seja com os surfistas no mar ou não. E dá-lhe impacto de felicidade na vida das pessoas e de dinheiro na economia da cidade.

Praia de Itaúna, em Saquarema (RJ), lotada durante o Vivo Rio Pro apresentado por Corona 2025 – Reprodução / Flickr / WSL Brasil

Não fiz as contas, mas tenho certeza de que, por baixo, há pelo menos umas 25 marcas envolvidas no três eventos que citei. Dois sendo realizados “em casa” e um fora, nos EUA, mas com muitos olhares brasileiros voltados para lá e ativações por aqui.

O potencial do esporte é gigantesco. E acredito firmemente que tende a aumentar cada vez mais com a preocupação das pessoas com a própria saúde, sendo exemplos para as próximas gerações, além, claro, do amor pelo time do coração e por tantos e tantos atletas que representam o país pelo mundo afora.

Enfim, não tem jeito. A vida de quem não gosta de esporte deve ser muito chata.

Wagner Giannella é praticante de corrida de rua desde 2007 e editor-chefe da Máquina do Esporte