A eleição presidencial do Grêmio, que deve ocorrer em novembro deste ano, tinha tudo para ser uma das mais acirradas da história recente do clube.
Tinha, mas deixou de ter. Nesta terça-feira (15), o cenário eleitoral passou por uma reviravolta completa. Marcelo Marques, proprietário da Marquespan e único dos três pré-candidatos que jamais havia atuado como dirigente no clube, tornou-se o grande favorito no pleito.
Em entrevista coletiva concedida em Porto Alegre (RS), ao lado do atual presidente Alberto Guerra, o candidato e empresário apresentou um argumento irrefutável para os sócios e torcedores do Tricolor.
Marques anunciou a compra de dois terços da dívida relativa ao financiamento da Arena do Grêmio, que estavam nas mãos da empresa Revee, pelo valor de R$ 80 milhões. A parte restante dos débitos já havia sido recuperada pelo clube, em 2024.
O valor total do negócio é de R$ 130 milhões e inclui a aquisição da gestão do estádio (por R$ 50 milhões), que hoje é feita pela Arena Porto-Alegrense, empresa do Grupo Metha (antiga OAS, construtora do estádio).
O candidato afirmou que irá doar a Arena ao clube, sem exigir contrapartidas. “Só queria dizer que foi um prazer poder ajudado. Quem ajudou não foi um bilionário, um milionário, foi um torcedor do Grêmio, igual a vocês”, declarou Marques.
Desde 2013 o Grêmio tentava adquirir a gestão do estádio, mas o negócio não se concretizava. Não fosse pela interferência de Marques, a tendência era de que a Arena Porto-Alegrense permanecesse à frente do negócio até 2033.
No vídeo divulgado nas redes sociais do clube, o empresário aparece usando uma camisa em que conclama os torcedores a se tornarem sócios do Tricolor.
A meta do empresário é ousada. Ele espera que alcançar a marca de 300 mil membros no programa de sócio-torcedor, nos próximos meses.
Marques também garantiu que o jogo entre Grêmio e Allianza Lima, marcado para o próximo dia 23 de julho e que será válido pela Copa Sul-Americana, contará com novos preços de ingressos.
Mecenas
Esta não é a primeira vez que Marques auxilia financeiramente o Grêmio. Na verdade, ele pode ser considerado uma espécie de mecenas da equipe.
A começar pelo fato de que sua empresa, autointitulada a maior fabricante de pães franceses do mundo (com 16 milhões de unidades vendidas ao dia), é patrocinadora do clube.
À época, o clube lançou um plano de patrocínio específico para garantir o pagamento de R$ 1,5 milhão por mês ao atleta. Uma das primeiras cotas, no valor de R$ 300 mil, foi assumida pela Marquespan.
A empresa também patrocina o time feminino do Grêmio. Em junho deste ano, ao oficializar sua candidatura, Marques decidiu interromper a exposição da logomarca da Marquespan no uniforme do time feminino do Internacional, que também é parceiro da companhia.
Apesar disso, a empresa de Marques seguirá honrando com os valores relativos ao patrocínio às Gurias Coloradas até dezembro deste ano, quando o contrato chegará ao fim.
Na disputa pela presidência do Grêmio, Marques poderá encarar dois ex-cartolas do time.
Dênis Abrahão, que é membro do Conselho Deliberativo desde 1994, já ocupou diversos cargos de comando no Tricolor Gaúcho, sendo que o último deles foi de vice-presidente de futebol, de 2021 a 2022, período em que o Grêmio foi rebaixado e disputou a Série B do Brasileirão.
Paulo Caleffi, outro nome na disputa, exerceu essa mesma função no primeiro semestre de 2023. Ele conta com o apoio de ídolos como Danrlei e Maicon.