Em sua primeira entrevista coletiva na condição de presidente eleito para o mandato-tampão no Corinthians, concedida na noite desta segunda-feira (25), Osmar Stabile abordou diversas questões relativas à gestão do clube.
O dirigente evitou se aprofundar na maioria dos temas, mas acabou sendo incisivo ao responder a uma pergunta sobre os naming rights da Neo Química Arena.
Stabile admitiu que o acordo firmado com a Hypera Pharma está defasado e pode ser revisto em breve.
Ultrapassado pelos rivais
O contrato atualmente em vigor na Neo Química Arena possui 20 anos de duração, pelo valor total de R$ 300 milhões (R$ 15 milhões anuais).
Quando foi fechado, em 2020, o acordo rendia ao Corinthians a mesma quantia anual dos naming rights do Allianz Parque, estádio do arquirrival Palmeiras.
Em tempos recentes, porém, o valor pago ao Timão pela Hypera Pharma tornou-se defasado em comparação a outros estádios da capital paulista.
Os naming rights do Allianz Parque foram reajustados em 2023, para R$ 27,5 milhões anuais. Dessa forma, o patrocínio da Neo Química ao estádio corintiano custa 54% do que a seguradora alemã paga para estar no estádio alviverde.
Em 2024, o São Paulo fechou com a Mondelez Brasil por três temporadas, para que seu estádio passasse a ser chamado de Morumbis. A inclusão desse “s”, em alusão à marca de chocolate da empresa, rende R$ 25 milhões anuais ao Tricolor.
Por fim, a antiga “casa” do Corinthians (antes da inauguração da Neo Química Arena) teve seus naming rights vendidos para o Mercado Livre, pelo equivalente a R$ 33 milhões anuais, passando a se chamar Mercado Livre Arena Pacaembu.
Multa rescisória
Já faz algum tempo que os valores dos naming rights da Neo Química Arena representam um assunto incômodo nos bastidores do Corinthians.
Afundado em dívidas que ultrapassam R$ 2,3 bilhões, o clube optou por manter a parceria com a Hypera Pharma, de modo a não ter de arcar com a multa rescisória de R$ 180 milhões.
A partir do próximo mês, porém, essa quantia cairá de maneira drástica, para algo em torno de R$ 70 milhões. Stabile quer aproveitar essa oportunidade para negociar um acordo mais vantajoso para a arena, que sediou a Copa do Mundo de 2014 e receberá partidas da Copa do Mundo Feminina de 2027.
“Estamos conversando sobre naming rights. Tem aí três empresas. Acredito que deva chegar mais uma. Estamos trabalhando em cima disso, para que possamos trazer um valor muito maior do que esse que está aí”, afirmou o presidente.
“O valor está baixo? Está. Ele foi feito lá atrás? Foi. Era bom naquele momento [em que o contrato foi fechado]. Todo mundo elogiou, a própria imprensa. Os torcedores elogiaram, os associados elogiaram, conselheiros elogiaram naquele momento. Mas depois passou. Não está bom mais. O valor está baixo. É obrigação do presidente, junto da sua equipe, trabalhar isso”, prosseguiu Stabile.
Ele evitou, no entanto, estabelecer um prazo para a eventual mudança no contrato de naming rights da arena.
“Pode ter certeza de que breve, breve, a gente informa para vocês”, disse o dirigente.