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Apostas movimentam R$ 17,4 bilhões no 1º semestre e engajam quase 12% da população maior de idade

Governo fez balanço após seis meses de regulamentação do setor, que já gerou R$ 3,8 bilhões em impostos e R$ 2,2 bilhões em taxas de outorga

Flamengo, que ainda não estreou o patrocínio da Betano na camixsa, enfrenta o Vitória pelo Brasileirão - Gilvan de Souza/Flanengo

Flamengo, que ainda não estreou o patrocínio da Betano na camisa, enfrenta o Vitória pelo Brasileirão - Gilvan de Souza / Flamengo

A regulamentação das apostas no Brasil movimentou R$ 17,4 bilhões em receita bruta no 1º semestre de 2025, segundo dados divulgados pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF) nesta terça-feira (26).

Esse valor representa o  Gross Gaming Revenue (GGR), ou seja, o total apostado menos os prêmios pagos aos clientes.

A arrecadação federal com tributos e contribuições sociais foi de cerca de R$ 3,8 bilhões no período, incluindo Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), PIS/Cofins, contribuição previdenciária e os 12% previstos na Lei 14.790/23.

Além disso, o Governo Federal arrecadou R$ 2,2 bilhões em outorgas de autorização pagas pelas operadoras. Ou seja, a arrecadação total do governo atingiu R$ 6 bilhões com o segmento. Houve ainda cerca de R$ 50 milhões em taxas de fiscalização. Atualmente, 78 empresas estão autorizadas e monitoradas pela SPA/MF.

Perfil

De acordo com o relatório semestral do Sistema Geral de Gestão de Apostas (Sigap), 17,7 milhões de brasileiros realizaram apostas entre janeiro e junho. Esse montante dá 8,1% da população brasileira. Se formos considerar uma projeção dentro do universo de brasileiros com mais de 18 anos, que estão aptos a apostar, esse total chega a 11,6%.

Segundo os dados do Sigap, a média de gasto por apostador ativo foi de R$ 983 no semestre, o equivalente a R$ 164 por mês. Ou seja, o apostador brasileiro gasta, em média, 10,8% do salário mínimo em apostas esportivas.

A faixa etária com maior participação é a de 31 a 40 anos (27,8%), seguida por jovens de 18 a 25 anos (22,4%) e adultos de 25 a 30 anos (22,2%). O perfil predominante é masculino, com 71% dos apostadores.

Especialistas em saúde pública têm alertado que, embora o valor médio mensal não represente um comprometimento financeiro elevado para a maioria dos apostadores, o crescimento acelerado do setor exige atenção para possíveis impactos relacionados à ludopatia.

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O Ministério da Fazenda afirmou que o monitoramento e a regulação são parte central da estratégia para mitigar riscos.

Patrocínios

As empresas de apostas têm ampliado sua presença no esporte e na mídia. O setor de apostas está presente na camisa dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro 2025.

Segundo um levantamento da Máquina do Esporte, contando o contrato novo assinado pelo Flamengo com a Betano, anunciado na semana passada, o setor investe na elite do Brasileirão o montante de R$ 1,147,5 bilhão por ano.

Não bastasse isso, a Betano também detém os naming rights do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, as duas principais competições do futebol nacional.

A superexposição das casas de apostas no esporte brasileiro também é replicada na mídia. Os principais canais também contam com patrocínio de operadoras de jogos de azar. A Globo, por exemplo, negociou cotas do futebol nacional com Betnacional (TV aberta) e Novibet (TV fechada), além da Betano, que comprou o Top de 5 segundos tanto na TV Globo como no Sportv.

A Record conta com Sportingbet e EstrelaBet entre os cotistas do Brasileirão 2025. A primeira, que é patrocinadora máster do Palmeiras, também investe na CazéTV, detentora de direitos de mídia da competição em parceria com o YouTube.

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