Em novembro de 2019, realizávamos a segunda edição presencial do Fórum Máquina do Esporte. Na agenda do dia, separamos um painel para debater o futebol feminino no Brasil. No bate-papo, estavam presentes executivos de Nike, Itaú e Guaraná Antarctica.
As três marcas não estavam ali à toa. Poucos meses antes, elas foram à mídia para comunicar o patrocínio à seleção brasileira feminina que disputou a Copa do Mundo na França. A ideia daquela conversa, mediada por Roberta Nina Cardoso, do Dibradoras, era mostrar que aquele Mundial era o “Marco Zero” do futebol feminino no país.
A discussão era válida. Havíamos, junto às Dibradoras, pesquisado um pouco dos hábitos e interesses do público que acompanhava o futebol feminino naquele momento. A pesquisa nos mostrava que havia um mercado novo a ser explorado pelo esporte e, principalmente, pelas marcas.
O que faltava? Oferecer um bom produto para ser consumido em larga escala.
Desde 2019, esse sentimento vinha tomando conta do mercado europeu. Foi quando a Fifa passou a obrigar que o futebol masculino investisse no feminino que o negócio decolou. A Copa na França foi o primeiro catalisador desse processo.
Avançamos seis anos e chegamos a novembro de 2025. O futebol feminino não será apenas um painel dentro do Fórum Máquina do Esporte; ele receberá um evento exclusivo e dedicado.
No próximo dia 17 de novembro, realizaremos, em parceria com as Dibradoras, o “I Fórum Futebol Feminino – O jogo é em casa”. Uma manhã inteira de debates, na sede da ESPM, em São Paulo (SP), para mostrar qual é o tamanho desse mercado, o potencial a ser explorado, o papel da mídia, dos gestores e dos atletas nessa história e, claro, o trabalho das marcas.
Se, em 2019, já apontávamos que a Copa do Mundo era um “Marco Zero” para a modalidade, agora a realidade é ainda mais gritante. O futebol feminino é o próximo motor da indústria esportiva no Brasil. E a Copa do Mundo de 2027 só acelerará esse processo.
Não, isso não é papo de vendedor. E o que aconteceu na Neo Química Arena no último domingo (14) é a prova disso.
O Corinthians ganhou o sétimo título do Campeonato Brasileiro da modalidade, coroando um trabalho que vem sendo feito de forma consistente há quase uma década. A hegemonia alvinegra se traduz não apenas dentro, mas fora de campo.
Como já havíamos mostrado em 2024, o Timão havia sido o primeiro clube a fazer dinheiro com venda de ingressos para os jogos. Agora, em 2025, um novo recorde: a maior arrecadação de uma partida de futebol feminino no país, passando os R$ 1,2 milhão em renda bruta.
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É um recorde emblemático para toda a indústria. Ele mostra que, por parte do torcedor, há interesse em investir dinheiro para consumir o futebol feminino. Ao mesmo tempo, na Europa, as transferências de atletas estão começando a se tornar mais frequentes e mais bem remuneradas, injetando mais dinheiro em clubes e atletas.
Por aqui, o crescimento do interesse da TV aberta em expor a modalidade dá ainda mais força para o público consumir o esporte. A menos de dois anos do maior evento da modalidade sendo realizado aqui dentro de casa, não há indício mais claro de que a hora chegou.
O jogo é em casa. Você está preparado para fazer parte dele?
O primeiro treino já tem data marcada. Será no dia 17 de novembro. Vamos?
Erich Beting é fundador e CEO da Máquina do Esporte, além de consultor, professor e palestrante sobre marketing esportivo
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