A Vitória Cup, torneio amistoso que surgiu neste ano, em julho, na capital do Espírito Santo, aproveitando a paralisação do futebol brasileiro por causa da Copa do Mundo de Clubes, cresceu, ganhou investidores e terá sua marca expandida para outros estados.
Os organizadores do evento planejam a realização de 12 partidas amistosas ou mais no ano que vem, sempre entre um clube brasileiro e um estrangeiro.
“Vamos fazer pelo menos seis jogos em janeiro e seis em julho, durante a paralisação da Copa do Mundo”, contou Vinícius Domingues, idealizador da Vitória Cup.
Libertadores
A partir de 2026, o nome do torneio deixará de se referir à capital capixaba para caracterizar um triunfo esportivo. Para janeiro, a ideia é reeditar finais de Libertadores, sempre com um time nacional e outro sul-americano.
“Isso, não ficaremos só no Espírito Santo. Posso afirmar que os principais estádios brasileiros, como Mineirão, Engenhão [Nilton Santos] e Morumbis, irão receber a Vitória Cup”, destacou Domingues.
Cada clássico reeditado valerá um troféu da Vitória Cup.
“Até clubes do Norte e Nordeste, que há muito tempo não jogam contra times sul-americanos, estamos negociando de trazer essa memória afetiva do torcedor com essas partidas”, disse.
Europa
Para julho, a ideia é trazer times europeus para atuar no Brasil. Para isso, Domingues está em viagem ao Velho Continente para iniciar tratativas com as principais ligas locais.
Ele já teve conversas com a Liga Portugal e, no momento, está na Espanha, para reuniões com a LaLiga e times locais. Além disso, pretende passar também por Inglaterra, Alemanha, Itália e França para negociar futuros amistosos pelo Brasil.
“A ideia, nesse primeiro momento, é não trazer grandes potências, mas times de bom nível, como Sevilla e Valencia. Em Portugal, podemos conseguir Benfica ou Porto”, exemplificou Domingues.
Investimento
A primeira edição da Vitória Cup teve a presença de Cruzeiro, Defensa y Justicia (ARG), Banfield (ARG) e Desportiva Ferroviária-ES, clube em que Domingues é diretor-geral, cargo que assumiu em maio, após deixar o Vasco.
“Hoje, a Vitória Cup é dividida em três pilares. O primeiro é a organização desses jogos de pré-temporada e intertemporada. Também fazemos a intermediação de patrocínios para clubes. E nosso terceiro pilar é que iremos comprar uma SAF [Sociedade Anônima do Futebol] no Espírito Santo em conjunto com nossos investidores”, contou Domingues.
O executivo revelou que saiu de um prejuízo de R$ 400 mil com a organização da primeira edição da Vitória Cup para um investimento de quase R$ 30 milhões nos próximos cinco anos. São quatro investidores nacionais e um estrangeiro, cujos nomes são mantidos em sigilo.
A mudança de status pôde ser notada na última edição da Confut Sudamericana, congresso da indústria do futebol, realizado na Mercado Livre Arena Pacaembu, em São Paulo (SP), há duas semanas. À ocasião, a Vitória Cup contou com um estande, logo na entrada do evento, para apresentar seus projetos.
O próximo passo é atrair mais patrocinadores para a iniciativa. Domingues afirmou que, por enquanto, conta com a parceria de um banco e de uma empresa de venda e distribuição de ingressos. Negociações com TVs também estão na pauta.
“Temos dois caminhos: ou fechar com a Globo para GeTV e Sportv, ou um ‘pool’ com Record, ESPN e CazéTV”, finalizou.