A Liga Nacional de Basquete (LNB) concluiu uma pesquisa de mapeamento do público do Novo Basquete Brasil (NBB), principal liga masculina da modalidade no país. O Censo NBB contou com a participação de 1.379 pessoas respondendo a todo o questionário de 68 perguntas. O resultado revela dados sobre perfil, hábitos de consumo e preferências dos torcedores que acompanham basquete.
Essas informações serão trabalhadas para ter impacto direto nas estratégias de mídia, ativação de patrocinadores e estratégia para atração de novos parceiros comerciais para a liga de basquete.
“Saber a forma com que o público se relaciona com o basquete nos ajuda a entender como posicionar a marca do NBB na jornada de cada um”, destaca Álvaro Cotta, diretor de marketing da LNB, em entrevista à Máquina do Esporte.
“Conhecendo as motivações, gatilhos e o que o fã deseja em relação ao basquete, conseguimos ser mais assertivos nos canais e no conteúdo para cada público. Isso certamente nos aproxima do sucesso nas metas e objetivos estratégicos que temos com a comunidade do basquete”, completa o executivo.
Perfil
De acordo com a pesquisa, a maioria dos torcedores conheceu o basquete através da família (26,78%), escola ou faculdade (18,35%), amigos (15,71%), clube (14,33%) e transmissões pela TV ou internet (13,65%).
Curiosamente, uma parcela muito ínfima desse montante teve acesso à modalidade a partir de redes sociais (1,55%) e influenciadores digitais (0,8%)
“A experiência, o entretenimento e a vivência do esporte são pilares importantes na atração e na conquista de novos fãs, seja praticando, assistindo pelas plataformas de mídia ou indo a um jogo ou evento”, analisa Cotta.
Para ele, jogos na TV ou em plataformas digitais podem atrair novos fãs ao basquete, mas é preciso oferecer outras vivências e possibilidades para cativar esse torcedor a continuar acompanhando o NBB.
“Naturalmente, as transmissões ao vivo são uma porta de entrada com enorme alcance em todo o Brasil. Todavia, a dinâmica e emoção de um jogo presencial é única”, afirma o diretor de marketing da LNB.
“A busca pelo aprimoramento da experiência do fã deve considerar todos os pontos de contato com o NBB, incluindo os ginásios, as transmissões ao vivo e os conteúdos digitais”
Álvaro Cotta, diretor de marketing da LNB
A pesquisa também identificou dois perfis principais: torcedores (38,7%) e praticantes (32,77%), com números significativamente menores para ex-praticantes (12,98%) e entusiastas (5,26%).
“O estilo de vida do basquete é conhecido mundialmente como forte influenciador nos hábitos e costumes da população, a partir da moda, da gastronomia, da linguagem, do consumo de conteúdos e dos valores sociais”, afirma Cotta.
Cada grupo apresenta comportamentos distintos, o que permite à LNB desenvolver campanhas mais direcionadas a seus diferentes públicos.
“Somos um movimento em constante transformação e as novas gerações encontraram no basquete um ambiente onde podem expressar suas ideias e suas personalidades”, diz o executivo.
Consumo
O levantamento apontou que YouTube (85,47%) e a TV fechada (65,61%) são as plataformas mais utilizadas para acompanhar a temporada do NBB. O streaming (55,3%) e a TV aberta (43,95%) ficam ligeiramente atrás.
“Nas últimas décadas as transmissões de basquete tiveram uma concentração nos canais de TV fechada, então é natural que haja uma identificação e uma fidelidade de uma grande parte do público com essa plataforma”, comenta Cotta, que acompanha uma alteração no perfil do torcedor de basquete.
“O crescimento das plataformas digitais nos últimos anos, acompanhado pela chegada de novas gerações de fãs, transformou os hábitos de consumo dos conteúdos em diferentes formatos e linguagens com maior afinidade desse público”, explica.
No entanto, o executivo exalta o poder da TV aberta em conectar o público de diferentes locais, classes sociais e faixas etárias.
“O Brasil é um país com domínio da TV aberta com um alcance democrático em todas as regiões do país. O nosso desafio é sempre encontrar os melhores parceiros para superar as expectativas dos fãs em cada uma dessas plataformas de mídia”, conta.
Atualmente, o NBB possui sete parceiros de mídia: Sportv, TV Cultura, ESPN, Facebook, YouTube, TikTok e UOL.

Digital
Segundo o executivo da LNB, a produção de conteúdo digital tem sido ajustada com base nas preferências reveladas pelas pesquisas feitas pela liga de basquete continuamente.
“Os highlights sempre foram um conteúdo de destaque. O basquete é um jogo e todos querem ver jogadas incríveis e momentos emocionantes. Há anos fazemos investimentos em plataformas de IA [inteligência artificial] para a geração e a edição de vídeos em tempo real durante as partidas”, afirmou Cotta.
Outra iniciativa é contar a história das estrelas do basquete nacional, como forma de aproximar ídolos de fãs, gerar engajamento e agradar a audiência.
“À medida que valorizamos nossos atletas, tornamo-nos personagens e ídolos locais ou nacionais despertando maior interesse do público e consequentemente mais engajamento digital, mais curiosidade de outras pessoas e oportunidades para marcas dialogarem com seus consumidores”, comenta.
Ativação
Com os dados em mãos, a LNB busca oferecer aos seus patrocinadores e parceiros comerciais formas mais eficientes de ativação e conversão.
“O NBB coleta informações sobre o comportamento, os hábitos e as motivações gerais dos fãs para criar conexões emocionais profundas entre as marcas e a comunidade”, conta o diretor de marketing.
Atualmente, o NBB conta com patrocínio máster de Caixa Econômica Federal (CEF); patrocínio de Molten, Universidade Cruzeiro do Sul, Whirpool, EY e UMP; e parceria com IMG Arena e Genius Sports.
“Queremos ajudar os nossos parceiros a identificar o seu papel dentro do ecossistema do basquete construindo pontes que os ajudem a alcançar os objetivos estratégicos do patrocínio”
Álvaro Cotta, diretor de marketing da LNB
A liga também elaborou um manual de entretenimento para os clubes, com diretrizes sobre ações de CRM (Gestão de Relacionamento com o Cliente, na sigla em inglês), venda de ingressos, acesso aos locais, áreas vips e camarotes, ativações nos intervalos, lojas oficiais e serviços de alimentação. A ideia é estabelecer uma padronização dos serviços oferecidos pelo NBB em todos os ginásios de competição.
“Temos muito a evoluir, mas percebemos uma evolução significativa na experiência dos fãs”, acredita.
Comercial
Para atrair novos patrocinadores, a LNB estrutura a apresentação dos dados em três etapas: diagnóstico, execução e avaliação.
Na primeira, há um trabalho de entender os desafios e necessidades da marca, com a elaboração de um plano de ação. Na fase seguinte, há a execução do planejamento, com reuniões periódicas para avaliar o que foi conseguido. Por fim, há a avaliação final das entregas e resultados.
“Fazemos um comparativo entre expectativas e realidades, espelhando os objetivos traçados inicialmente com os números alcançados. Em todos esses períodos, utilizamos dados de retorno de mídia, audiência, engajamento digital, percepção dos fãs, vendas ou interesses por produtos, preferências e tendências de consumo, percepções sobre as experiências e níveis de satisfação”, conta.
Para Cotta, a experiência acumulada ao longo dos anos faz com que essas ações possam ser mais efetivas a cada temporada, gerando resultados melhores aos patrocinadores. “Aprendemos muito com cada marca e assimilamos novos conceitos para aprimorar nosso trabalho”, relata.