A Nascar Brasil anunciou nesta semana detalhes da temporada 2026, a quarta depois de se tornar parceira da Nascar. A competição trabalha para superar as diferenças culturas com o automobilismo norte-americano e seguir em expansão no mercado brasileiro.
A entrada de umas das principais organizações dos esportes à motor do mundo foi acompanhada pelo aumento de audiência registrado pela competição.
Com a temporada 2025 sendo exibida por RedeTV!, na televisão aberta, ESPN, entre os canais fechados, e Disney+, no streaming, além do YouTube, a expectativa é gerar mais de 500 milhões em retorno de mídia.
“Nas duas primeiras temporadas [2023 e 2024] tivemos o desafio de nos adequar às exigências da Nascar, em termos de comunicação, técnicos, enfim. E 2025 veio para fincar a bandeira da Nascar dentro do automobilismo brasileiro”, lembrou Gustavo Carvalho, diretor de marketing da Nascar Brasil, à Máquina do Esporte.
“Foi um ano em que a gente cresceu bastante em todas as frentes, em que conseguimos entrar na TV aberta também, conseguimos gerar mais conteúdo e trazer mais engajamento”, seguiu.

Cultura
Um dos principais desafios da Nascar Brasil, promovida no Brasil pela Mais Brasil Esportes está em equilibrar as influências da categoria norte-americana com a cultura do automobilismo brasileiro.
“Diferente dos outros esportes, a Nascar optou por achar promotores locais para executar campeonatos locais e que tem seus benefícios. Então, temos muito mais contato aqui com o fã brasileiro, mas obviamente existem coisas que eles não entendem”, ponderou Carvalho.
“Usamos muito o conhecimento deles, principalmente em comunicação, área em que focamos bastante. Eles obviamente tem muito acesso a novidades, ferramentas e esse tipo de coisa que acabam os ajudando a adiantar alguns passos dentro do nosso aprendizado”, acrescentou.
Ao passo que se preocupa em manter a Nascar Brasil uma categoria atrativa ao público brasileiro, a categoria insere elementos presentes nos esportes à motor norte-americanos, principalmente relacionados ao dia de corrida.
Entre as características, estão o perfilamento dos carros a 45 graus no grid, o lançamento dos carros antes das corridas feito por um oficial da Nascar norte-americana, shows aéreos em grande parte das etapas e experiências no grid.
Em 2024, a Nascar Brasil também passou a contar com uma etapa no circuito oval de Curvelo, em Minas Gerais. Para a temporada de 2026, a intenção é ter 4 etapas em circuitos ovais.
“Tentamos trazer tudo que é possível para adaptar aqui para nossa cultura”, exaltou o diretor de marketing.
Temporada 2026
O ano de 2026 será o início de uma nova era para a Nascar Brasil. A categoria terá um calendário ampliado e utilizará novos carros, divulgados publicamente nesta semana, durante evento em São Paulo (SP).
O calendário contará com 9 etapas e 21 corridas. Pela primeira vez, o título será disputado através de playoffs, assim como a Nascar faz nos EUA.
Goiânia, Brasília e Santa Cruz do Sul voltarão a receber a categoria, enquanto os autódromos de Cuiabá, Chapecó e Mantiqueira estrearão.
A Nascar Brasil seguirá com duas opções de carros: Ford Mustang e Chevrolet Camaro. Para o ano que vem, porém, as máquinas foram repaginadas, com um modelo chamado “Rise26”.
“A entrada do carro novo é um marco para a gente. Estamos usando ele como uma mudança de mentalidade da categoria. Vamos entrar mais forte na mídia, trazer novas praças e novos formatos”, avaliou Gustavo Carvalho.
Pilotos
Assim como toda categoria do esporte à motor, os pilotos são figuras de extrema importância para o alcance das competições. Diante disso, a Nascar Brasil tem atraído cada vez mais nomes de peso do automobilismo nacional.
Atualmente, a competição compartilha, por exemplo, diversos pilotos com a Stock Car, considerada uma das principais categorias do automobilismo nacional. Entre eles, estão Rubens Barrichello, Cacá Bueno, Ricardo Zonta, Thiago Camilo e Gabriel Casagrande.
“Isso é fundamental para a categoria. Ter nomes de peso nos traz uma elasticidade muito bacana de conteúdo, principalmente, de chancela para a categoria”, comentou o executivo.
A presença de pilotos de destaque cria maior potencial comercial para a categoria, que passa a usar a visibilidade trazida para buscar novos patrocinadores que evoluem a experiência dos fãs.
“Quando a gente vai conversar com um patrocinador e ele olha essas estrelas dentro do nosso grid, isso já nos coloca numa posição muito confortável na conversa”, disse Carvalho.
Para além de trazer pilotos já consagrados, a Nascar Brasil também investe em trabalhos focados em lançar novos talentos. O intercâmbio com a Nascar norte-americana é parte essencial para projetos deste caminho.
“Estamos com um um programa de desenvolvimento de pilotos em que vamos levar alguns jovens para testar e correr em oval lá [nos EUA]. Esperamos em alguns anos ter um piloto brasileiro [na Nascar], é nossa meta”, projetou o diretor.
“Sabemos que ao levar um talento brasileiro para correr na Nascar, a categoria como um todo cresce muito aqui. Já vimos esse fenômeno em vários esportes e é o que vamos buscar”, contou.
Comercial
Na temporada 2025, a Nascar Brasil tem como patrocinadores Petrobras, Governo do Brasil, Chevrolet, Pirelli, Karter, Militec, Servitec, Frum, Tecpads Racing, Sparco, Zanoello e Graxa. A expectativa para o ano que vem é expandir as parcerias.
“Começamos a sair um pouco mais para o mercado, para bater na porta de parceiros e patrocinadores que nos ajudem a desenvolver esse projeto. A aceitação tem sido muito boa. Em breve devemos anunciar novos patrocinadores”, apontou Gustavo Carvalho.
O apoio da Nascar norte-americana também é essencial do ponto de vista comercial.
“Eles nos ajudam nesse sentido. Obviamente, as empresas hoje, a maioria de nível global, procuram esse alinhamento. Então é muito natural e uma das estratégias da Nascar ter o mesmo patrocinador atuando em diferentes países, isso gera uma sinergia natural para as marcas”, concluiu o diretor de marketing da Nascar Brasil.