Pular para o conteúdo

Diversidade cultural de Miami desafia estratégia das marcas no esporte local

No Maquinistas, Tiago Pinto, CEO da The Brand Academy, explicou como as particularidades da cidade exigem estratégias de marketing mais sofisticadas e adaptadas à sua cultura

Grande Prêmio de Miami seguirá no calendário da Fórmula 1 até pelo menos 2041 - Reprodução / X (@f1miami)

Miami tem se consolidado como um dos principais centros de eventos esportivos do mundo nos últimos anos, com direito a Grande Prêmio de Fórmula 1, torneios de tênis, final da Copa América de 2024, franquias das principais ligas norte-americanas, etc. No entanto, a cidade conta com algumas particularidades que exigem estratégias de marketing mais sofisticadas e adaptadas à sua cultura por parte das marcas interessadas em se associar ao esporte local.

Isso porque o público de Miami tem expectativas diferentes do que é observado no restante dos Estados Unidos e um jeito peculiar de se relacionar com o entretenimento, devido à forte influência latina na região. Dessa forma, entender como essa dinâmica funciona é fundamental para equipes e empresas interessadas em investir no esporte local, sendo que, muitas vezes, isso é o que causa a diferença no resultado das ativações de marca.

A dificuldade em atingir esse público faz com que muitas marcas que chegam ao esporte em Miami, acostumadas com o modelo de engajamento de outras metrópoles norte-americanas, se deparem com um cenário de frustração, explicou Tiago Pinto, CEO da The Brand Academy, no Maquinistas, o podcast da Máquina do Esporte. Os métodos tradicionais falham porque não se conectam com a essência do consumidor local, que busca uma experiência mais envolvente e culturalmente alinhada.

“Chegavam muitos patrocinadores lá no [Miami] Marlins [time que disputa a MLB], que falavam ‘a gente patrocina vários times, a receita funciona para todos, mas aqui em Miami não'”, comentou Tiago.

“Qual é a outra grande metrópole americana que, para 75% da população, o primeiro idioma não é o inglês, mas sim o espanhol? E não é o espanhol que é falado em qualquer outro lugar, é um ‘spanglish’ [mistura de espanhol com inglês] muito peculiar, um jeito de falar local”, completou o executivo.

Foi a partir dessa lacuna no mercado esportivo da cidade e da constatação de que o modelo de negócio esportivo em Miami precisava de uma abordagem diferente, que nasceu a The Brand Academy, com a missão de transformar essa complexidade cultural em oportunidade para as marcas.

A empresa, que não se posiciona como agência, busca ser um ambiente para desenvolver marcas, atletas e eventos, focando na intersecção entre o esporte e a cultura local de Miami. A estratégia passa por repensar o produto esportivo, transformando os eventos em espetáculos que envolvem múltiplas formas de entretenimento.

O podcast Maquinistas, apresentado por Erich Beting e Gheorge Rodriguez, com a participação de Tiago Pinto, CEO da The Brand Academy, irá ao ar nesta terça-feira (28), às 19h (horário de Brasília), no canal da Máquina do Esporte no YouTube: