A Federação Paulista de Futebol (FPF) consolidou-se, ao longo dos últimos anos, como uma referência nacional no desenvolvimento do futebol feminino. Por meio de investimentos estruturais, competições de alto nível e políticas voltadas à formação de atletas, a entidade vem liderando iniciativas que ampliam a visibilidade e fortalecem a profissionalização da modalidade.
O protagonismo da federação se reflete tanto na organização de campeonatos competitivos, muitas vezes reconhecidos como alguns dos mais qualificados do país, quanto na articulação com clubes e patrocinadores.
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Com o trabalho realizado, a entidade vem criando um ecossistema propício ao crescimento sustentável do futebol feminino em São Paulo e no Brasil. Essa trajetória acaba colocando a FPF na vanguarda de ações que impulsionam oportunidades, inspiram novas gerações e contribuem para elevar o nível da modalidade em âmbito nacional.
Kin Saito, diretora-executiva de futebol feminino da FPF, foi a convidada do episódio mais recente do Maquinistas, podcast da Máquina do Esporte, e falou sobre o trabalho da federação com a modalidade.
O diferencial da FPF
Antes de chegar à FPF, entre outros lugares, Kin trabalhou também no futebol feminino de Minas Gerais, mais especificamente no Cruzeiro. Durante o Maquinistas, ela ofereceu sua perspectiva sobre os motivos que levam os times de São Paulo, com o trabalho da Federação Paulista, a estarem tão à frente dos demais.
Para a executiva, o principal motivo da FPF ser referência é o trabalho contínuo ao longo dos anos, com a construção de alicerces que, agora, possibilitam o crescimento da modalidade. A executiva contou que se surpreendeu positivamente ao chegar na Federação Paulista, já que não precisou construir nada “do zero” e exaltou a liderança de figuras executivas da entidade, encabeçada pelo presidente Reinaldo Carneiro Bastos.
“É a primeira vez que eu chego em uma instituição que já tem lastro de processos. Em geral, quando eu chegava, fazia parte do primeiro time que estava construindo algo pela primeira vez. Na Federação [Paulista], não é isso, ela já está aí, com uma década de liderança e revolução encabeçada pelo presidente Reinaldo, com o vice-presidente Mauro Silva, com o vice-presidente Bernardo Itri e a vice-presidente Mislaine [Scarelli]”, afirmou.
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Kin destacou que a presença destes executivos na federação é fundamental para a criação de um ambiente profissional.
“São pessoas que estão lá há muitos anos, fazendo esse processo de uma federação, como uma empresa, um lugar muito profissional, com processos, governança”, revelou.
Ela ainda ressaltou que é necessário criar coisas novas e pensar em diferentes maneiras para a evolução do futebol feminino no Brasil. No entanto, fazer isso com uma base já consolidada torna o trabalho mais eficiente. Para ela, não se trata apenas de criar novos processos, como em suas experiências anteriores com o futebol feminino, mas sim de aprimorar uma base sólida já existente.
Categorias de base
A diretora-executiva de futebol feminino da FPF também exaltou o trabalho da entidade com as categorias de base do futebol feminino. Até pouco tempo atrás, a modalidade não tinha categorias de base estruturadas para captação e desenvolvimento de jovens jogadoras.
Kin observou que a atual geração da seleção brasileira feminina, que representará o país na Copa do Mundo de 2027, não teve o lastro da formação integral, passando pelas categorias de base.
No entanto, ela enxerga uma evolução neste aspecto, encabeçada pelo trabalho da Federação Paulista de Futebol.
“Ainda tem uma maioria de jogadoras que não viveu o Sub-13, Sub-15, Sub-17, Sub-20. Aí eu olho para a federação fazendo torneios Sub-12, Sub-14, competições de base. Teremos que olhar para os impactos disso daqui há muito tempo”, salientou.
Kin ainda ressaltou que grande parte das jogadoras que estão na seleção feminina Sub-17 do Brasil são formadas em torneios da FPF. Mas, mesmo reconhecendo o trabalho realizado pela entidade, a executiva reconheceu que ainda há um longo caminho a ser trilhado, principalmente em outros lugares do Brasil.
“Ainda estamos formando a cultura de entender que precisa começar a inverter essa pirâmide e começar a ter quantidade, seja de competições de base, seja de meninas praticando, não só o futebol, como qualquer esporte. Depois, precisamos pensar em como está sendo construída”, afirmou.
O episódio do Maquinistas, podcast apresentado por Erich Beting e Gheorge Rodriguez, com a participação de Kin Saito, diretora-executiva de futebol feminino da Federação Paulista de Futebol (FPF), está disponível no Spotify e no canal da Máquina do Esporte no YouTube:
