A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou na quarta-feira (26), durante o Summit CBF Academy, em São Paulo, a nova campanha institucional da seleção brasileira, intitulada “Bate no Peito”.
O projeto tem como objetivo principal reconectar a equipe nacional com os torcedores, baseando-se em pesquisas de opinião e novas estratégias de comunicação digital e física.
“Nós ouvimos jornalistas, CBF, torcedores, ex-campeões do mundo, jogadores, todos aqueles que vivem a seleção brasileira” , afirma Bernardo Bessa, diretor de marketing de seleções da CBF.
Segundo o executivo, foram mais de 300 horas de processamento de informações para entender o que representa a seleção brasileira nessa coletividade.
“S gente ouviu para entender, entendeu para criar e criou para reconectar. Para trazer de volta esse sentimento da seleção brasileira com o nosso torcedor”, conta Bessa.
Segundo ele, o trabalho foi fundamentado em uma metodologia que envolveu 120 horas de pesquisa prévia, dez grupos focais e mais de 80 entrevistas em profundidade, totalizando cerca de 400 pessoas ouvidas, incluindo jornalistas, torcedores e profissionais do ecossistema do futebol.
Diagnóstico
A pesquisa apontou que a identidade cotidiana do torcedor está ligada aos clubes, cabendo à seleção brasileira um papel diferente, associado ao simbolismo e à defesa do país em momentos específicos, como a Copa do Mundo.
A estratégia, então, busca combater o senso comum de que os jogadores atuais não estão empenhados em honrar a camisa do Brasil ou a nação.
“Qual é o grande desafio? É conseguir acabar com o senso comum de que a seleção não tem vontade, não quer. A seleção quer, os jogadores são muito comprometidos, a comissão técnica e o nosso corpo diretivo trabalha dia e noite para tentar trazer o melhor para o nosso futebol”, afirma o diretor.
A campanha utiliza a gíria “BR”, comum no ambiente digital e de jogos eletrônicos, e a hashtag #BateNoPeitoBR. O conceito visual e narrativo pretende unir gerações e resgatar o orgulho do torcedor em um contexto em que o Brasil enfrenta um jejum de 24 anos sem a conquista da Copa do Mundo.
“O bate no peito é um movimento que a torcida faz em direção ao ídolo, é do orgulho, do pertencimento. O bate no peito pode ser batida de música, batida cultural, pode ser o ritmo que você coloca dentro de uma partida”, defende Bessa.
Estratégia
Entre as ações práticas divulgadas, está o retorno do licenciamento da marca da seleção para jogos de videogame, visando o público jovem, e o posicionamento da equipe brasileira no exterior.
“A seleção brasileira hoje não busca dinheiro e sim qualidade técnica, que é o pedido da comissão [técnica]”, declara.
Apesar disso, os últimos rivais do Brasil em amistosos preparatórios não foram as badaladas seleções europeias, consideradas favoritas à conquista da Copa do Mundo 2026, mas Coreia do Sul, Japão, Senegal e Tunísia.
Para a Copa do Mundo 2026, a CBF planeja ações específicas nos Estados Unidos e no Brasil. O planejamento inclui publicidade out of home (OOH) exaltando a história do futebol brasileiro.
“Vamos colocar, em português, em todos os locais que conseguirmos, principalmente nos aeroportos dos Estados Unidos, que o futebol só tem um rei. Vai ser em português para todo mundo entender quem foi o maior jogador de todos os tempos”, diz o executivo, referindo-se a Pelé.
Além disso, a contagem regressiva para o Mundial da Fifa começará oficialmente na virada do ano de 2026.
“No dia 1º de janeiro de 2026, a partir do primeiro segundo, vamos jogar nas telas de todo o Brasil a contagem regressiva para a Copa do Mundo. Então, o Brasil vai começar a falar, a partir da virada do ano, do próximo Mundial”, conta Bessa.
