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Mesmo sem fins lucrativos, São Silvestre exige equilíbrio financeiro para garantir sustentabilidade

Ao podcast Maquinistas, diretor executivo da prova detalhou como arrecadação das inscrições sustenta custos operacionais do evento

Wilson Too, do Quênia, comemora primeiro lugar na 99ª Corrida Internacional de São Silvestre, em 2024 - Paulo Pinto / Agência Brasil

A discussão sobre a viabilidade econômica de grandes eventos esportivos no Brasil passa pela compreensão de seus modelos de gestão e financiamento. No caso da Corrida Internacional de São Silvestre, a estrutura organizacional difere da maioria das corridas comerciais do mercado por ser gerida por uma fundação.

A Fundação Cásper Líbero, detentora dos direitos da prova, opera sob um estatuto sem fins lucrativos, mas a gestão esclarece que isso não isenta a organização da necessidade de superávit.

Ao Maquinistas, podcast da Máquina do Esporte, Erick Castelhero, diretor executivo da Corrida Internacional de São Silvestre, explicou que a arrecadação proveniente das inscrições e dos patrocínios é destinada para cobrir a operação do evento.

“A Fundação Cásper Líbero é uma instituição sem fins lucrativos, mas ela não é uma instituição com fins de prejuízo. Nós precisamos fechar a conta, o evento precisa se pagar para continuar existindo com a qualidade que tem e para que a gente possa entregar tudo aquilo que o corredor espera no dia 31 de dezembro”, disse.

A complexidade logística envolve custos operacionais elevados que compõem o preço final da inscrição. O orçamento do evento reflete despesas com segurança pública e privada, estafe, estrutura médica, hidratação, fechamento de vias e toda a montagem das estruturas na Avenida Paulista.

Em 2025, em sua 100ª edição, a Corrida de São Silvestre contará com 55 mil participantes, um crescimento de 46% em comparação com o registrado em 2024. logicamente, a prova depende de uma estrutura proporcional a quantidade de participantes.

“Temos que ter o recurso do dinheiro para a gente entregar, mas realmente não é ‘vamos abrir mais 5 mil vagas para conseguir mais tanto’. Ninguém sabe o trabalho que a gente tem que ter de ir lá na Paulista, calcular, ver, abrir mais espaço de onde não tinha. Enfim, buscar todos os recursos que precisamos para entregar qualidade e segurança. É muito trabalho e é muito custo também”, contou Castelhero.

O podcast Maquinistas, apresentado por Erich Beting e Gheorge Rodriguez, com a participação de Erick Castelhero, diretor executivo da Corrida Internacional de São Silvestre, está disponível no canal da Máquina do Esporte no YouTube: