Até o início deste ano, Samir Xaud era uma pessoa pouco conhecida nacionalmente. Com a queda de Ednaldo Rodrigues no comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em maio, o jovem dirigente de Roraima se tornou o representante das federações estaduais e venceu a disputa pela presidência da entidade que dita os rumos no esporte mais popular do país.
Em pouco mais de seis meses de mandato, Samir conseguiu realizar algumas mudanças profundas no futebol brasileiro, a começar pela alteração no calendário, que resultou na redução das datas dos estaduais e na tentativa de reduzir a carga que hoje pesa sobre os times da Série A, ao mesmo tempo, em que foram ampliados os meses de atividade para os clubes menores.
O novo calendário do futebol brasileiro foi um dos temas abordados pelo dirigente durante a entrevista concedida ao CEO e fundador da Máquina do Esporte, Erich Beting, no podcast Maquinistas, que estreará nesta terça-feira (2), às 19h.
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Na visão de Samir, o papel da CBF é tornar o esporte acessível em todas as regiões do Brasil. “O que queremos é trabalhar o futebol em toda sua base, toda sua essência – o ‘futebol-raiz’, que é a base da pirâmide, e não apenas numa Série A. As mudanças deram alívio aos clubes da elite, mas também trouxeram mais oportunidades aos times da base da pirâmide”, destacou o dirigente.
Samir também afirmou ser um entusiasta dos Campeonatos Estaduais. “Já me perguntaram várias vezes se temos de acabar com os Estaduais. Pelo contrário, temos de investir muito mais nos campeonatos regionais. Então, é um trabalho duro, mas o papel da CBF é fomentar e investir, principalmente no futebol de base, que é de onde saem os nossos principais jogadores”, declarou.
Fair play financeiro
Questionado sobre o fair play financeiro, o dirigente afirmou que as regras, que estão em vias de ser implementadas no país, são fundamentais para tornar o futebol brasileiro autossustentável e sem endividamento dos clubes.
“Queremos deixar o campeonato mais justo e disputado, mas sem limitar valores de arrecadação. Mas gastar dentro do que arrecadam, sem dívidas”, disse.
A ideia do dirigente é dar fim à prática recorrente de alguns clubes, que, mesmo acumulando passivos imensos, continuam realizando grandes contratações, na esperança de melhorarem o desempenho esportivo.
“Mesmo devendo, esses clubes iam lá e contratavam, faziam mais dívidas, e acabavam fazendo ‘doping financeiro’ sobre clubes menores e que tinham as contas em dia”, ponderou o dirigente.
Copa do Mundo Feminina
Durante a entrevista gravada durante do Summit CBF Academy, realizado em São Paulo (SP) na semana passada, Samir também falou a respeito de suas expectativas para a Copa do Mundo Feminina 2027, que terá o Brasil como sede.
“Acho que vamos ter um legado muito bom. Vamos continuar a olhar o futebol feminino com outros olhos. Não estamos fazendo um trabalho só para a Copa do Mundo. Queremos continuar investindo e melhorando os produtos que temos nas mãos, atraindo mais investidores e também público para dentro dos estádios”, garantiu.
Assista à íntegra da entrevista do presidente da CBF, Samir Xaud, ao podcast Maquinistas, que irá ao ar na próxima terça-feira (2), no canal do YouTube da Máquina do Esporte:
