O Grêmio rescindiu, nesta terça-feira (2), o contrato de patrocínio máster com a Alfa, que havia entrado no clube no início do ano. Segundo a Máquina do Esporte apurou, havia atraso de pagamento entre dois e três meses, o que representa algo em torno de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões.
Para os dois últimos jogos do Tricolor Gaúcho no Brasileirão, a equipe já utilizará outra marca de apostas, a Energia Bet, na camisa. No entanto, não é certo que essa empresa mantenha o patrocínio ao Grêmio. O time joga nesta terça-feira (2) contra o Fluminense, na Arena do Grêmio, e no próximo domingo (7), contra o Sport, no Recife (PE).
O time é o 10º colocado, com 46 pontos, e ainda pode até se classificar para a Pré-Libertadores, caso o G7 virar G8, com o título de Cruzeiro ou Fluminense na Copa do Brasil.
Novo patrocínio
Como o novo presidente, Odorico Roman, e o novo CEO, Alex Leitão, assumirão na próxima segunda-feira (9), ficará a cargo da futura diretoria as negociações com outra empresa para ocupar o espaço mais nobre da camisa do Grêmio.
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Os atrasos no pagamento da Alfa foram mais um problema para o clube manter seu fluxo de caixa. O Imortal já havia tido outro problema relevante anteriormente, quando o Flamengo pediu, em setembro, na Justiça do Rio de Janeiro, o bloqueio dos pagamentos da Globo à Liga do Futebol Brasileiro (Libra) alegando ter sido prejudicado no novo contrato de TV. O Grêmio, que faz parte desse bloco de clubes, ficou sem receber também da Globo.
O alívio, ao menos com o contrato de TV, só veio em meados de novembro, quando o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) autorizou o desbloqueio de R$ 66 milhões de um total de R$ 83 milhões que permanecem em discussão na divisão de receitas entre os clubes da Libra.
Finanças
O Grêmio chegou a atrasar pagamento de salários, mas atualmente a folha de pagamento, de cerca de R$ 20 milhões, está em dia. No entanto, a Máquina do Esporte apurou que há atrasos de mais de seis meses com boa parte dos fornecedores.
Financeiramente, o ano está sendo desastroso. Segundo o balancete do terceiro trimestre, divulgado em setembro, o patrimônio líquido está negativo em R$ 323,7 milhões. Esse número significa a diferença entre ativos (bens e direitos) e o que se deve (dívidas e obrigações).
Os déficits acumulados no ano estão em R$ 384,3 milhões, valor que cresceu R$ 38 milhões em relação a agosto. As dívidas de curto prazo (passivo circulante) estão em R$ 401 milhões. Já os débitos de longo prazo (passivo não circulante) somam R$ 559,2 milhões. Assim, os débitos acumulados são de R$ 969,2 milhões. O caixa e equivalente de caixa estavam negativos em R$ 3,6 milhões, indicando problemas de liquidez imediata.
Outro dado preocupante nas finanças é que há forte concentração de obrigações com instituições financeiras: R$ 47,9 milhões no curto prazo e R$ 45 milhões no longo prazo, o que totaliza R$ 92,9 milhões. Os parcelamentos fiscais também representam dívidas relevantes, de R$ 29 milhões no curto prazo e R$ 101,9 milhões no longo prazo (total de R$ 130,9 milhões).
Há ainda dívidas consideráveis pela compra ou empréstimo de jogadores: R$ 96,5 milhões no curto prazo e R$ 27,2 milhões no longo prazo, o que totaliza R$ 123,7 milhões.
