O Eagle Football Group, empresa multiclube de John Textor que controla o Lyon, registrou prejuízo líquido de € 201,1 milhões (US$ 233,9 milhões) no ano fiscal de 2024/2025. O resultado negativo antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de € 47,7 milhões (US$ 55,5 milhões), enquanto a receita para o período somou € 162,6 milhões (US$ 189,2 milhões).
Em comparação com 2023/2024, os números mostram queda significativa de arrecadação. Naquele ano, a Eagle havia registrado prejuízo líquido de € 25,7 milhões (US$ 29,9 milhões), Ebitda positivo de € 44,2 milhões (US$ 51,4 milhões) e receita de € 264,1 milhões (US$ 307,3 milhões), mais de € 100 milhões a mais do que na temporada passada.
Finanças
O passivo total da Eagle em 30 de junho de 2025 era de € 800,1 milhões (US$ 930,9 milhões), contra € 830,6 milhões (US$ 966,4 milhões) no ano anterior. O relatório da empresa destacou que o Ebitda foi impactado por “custos mais altos com pessoal, principalmente relacionados a grandes contratações de jogadores durante o ano fiscal”.
Apesar de arrecadar € 111,1 milhões (US$ 129,3 milhões) com a venda de atletas, o Lyon segue enfrentando dificuldades financeiras. Durante o período, a Eagle vendeu a LDLC Arena, espaço multiuso com capacidade para 16 mil pessoas, ao ex-presidente Jean-Michel Aulas por € 160 milhões (US$ 186 milhões).
Michele Kang adquiriu participação majoritária na equipe feminina do Lyon, operação que também resultou na venda do Seattle Reign, da NWSL, por US$ 58 milhões.
Lyon
O Lyon foi rebaixado à segunda divisão durante o verão europeu, após decisão da Diretoria Nacional de Controle e Gestão (DNCG), órgão regulador econômico do futebol francês. No entanto, venceu o recurso e foi reintegrado à Ligue 1, na qual ocupa atualmente a sexta posição, que lhe daria vaga no qualificatório para a Conference League.
A receita de direitos de transmissão também sofreu impacto. O contrato de cinco anos da Liga Profissional de Futebol (LFP) com o DAZN terminou após apenas uma temporada.
A LFP lançou, então, um serviço de streaming direto ao consumidor (DTC) nesta temporada, com previsão de distribuir € 142 milhões (US$ 165 milhões) aos clubes. O valor é inferior aos € 500 milhões (US$ 575,3 milhões) recebidos anteriormente com os acordos com BeIN Sports e DAZN.
Textor
O Botafogo, também controlado pela Eagle Football, entrou com uma ação judicial contra a empresa exigindo o pagamento imediato de € 25 milhões (US$ 29,1 milhões).
John Textor, dono de 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo, já vendeu sua participação de 43% no Crystal Palace, da Premier League, para Woody Johnson, dono do New York Jets (NFL), por cerca de £ 190 milhões (US$ 252 milhões).
O empresário também tentou comprar o Everton, que acabou sendo adquirido pelo Friedkin Group, e estaria interessado em clubes ingleses como Wolverhampton, Derby County e Sheffield.
