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São Paulo: Crise por venda clandestina de camarote não afeta relação com patrocinadores

Elgin e Ademicon dizem que manterão investimentos; New Balance e Superbet preferiram não comentar o tema

Vista do Estádio do Morumbis, casa do São Paulo - Reprodução / Instagram (@saopaulofc)

Vista do Estádio do Morumbis, casa do São Paulo - Reprodução / Instagram (@saopaulofc)

A crise institucional do São Paulo não afetou, pelo menos por enquanto, a relação do clube com seus principais patrocinadores. New Balance, Superbet, Elgin e Ademicon não pretendem tomar nenhuma atitude em relação ao contrato com o Tricolor Paulista após a revelação de um esquema de comercialização ilegal de um camarote no Morumbis em dias de shows, com participação de membros da diretoria.

Áudios vazados, obtidos pelo GE, mostram uma conversa de Douglas Schwartzmann, diretor-adjunto das categorias de base do São Paulo, com uma intermediária sobre o possível envolvimento de Mara Casares, ex-esposa do presidente Julio Casares e diretora feminina, cultural e de eventos do clube, na venda de lugares do camarote 3A, que fica em frente ao escritório da presidência no estádio. A dirigente também participa da conversa.

Por conta do escândalo, Schwartzmann e Mara pediram licença de seus cargos. Na gravação, o diretor da base diz que a ex-mulher de Casares recebeu o camarote do superintendente Marcio Carlomagno e comercializou ingressos para o show da cantora colombiana Shakira, em fevereiro. Carlomagno é apontado como o principal nome da situação para suceder Casares na próxima eleição à presidência do São Paulo, marcada para 2026.

“O São Paulo Futebol Clube informa que tomou conhecimento do conteúdo do áudio por meio da imprensa e que realizará a devida apuração dos fatos. Com base nessa análise, o clube adotará as medidas que se mostrarem necessárias”, afirmou o Tricolor Paulista, em um comunicado oficial divulgado na manhã desta segunda-feira (15).

Patrocinadores

Ouvidos pela Máquina do Esporte, alguns patrocinadores preferiram não se pronunciar. Outros responderam que o escândalo não interfere nos contratos atuais.

A Elgin, que ocupa a área do esterno na camisa, informou que o episódio “não afeta o patrocínio da Elgin ao clube de forma alguma”. O vínculo atual da marca de climatização e refrigeração, iniciado no começo deste ano, vai até o final de 2026.

Já a Ademicon, que tem contrato com o São Paulo até 2030, ano do centenário do clube, adotou o tom de se manter fiel ao contrato. A administradora independente de consórcios iniciou a parceria comercial com o Tricolor Paulista em setembro de 2023.

“A Ademicon está acompanhando de perto a situação, mas, no momento, não afeta a relação da empresa com o clube”, destacou a empresa, que ocupa a propriedade na parte esquerda do peito da camisa.

Procuradas, New Balance e Superbet não se pronunciaram. A marca de material esportivo se tornou fornecedora do clube em 2024, em um contrato que vai até o final de 2027. Pelo acordo, o São Paulo tem exclusividade com a empresa no Brasil até o final deste ano. De fato, em 2026, a empresa passará a vestir também o Grêmio.

Já a patrocinadora máster do Tricolor Paulista, por sua vez, renovou em abril o contrato com o time até o final de 2030 e é outra empresa que garantiu lugar na camisa no ano do centenário são-paulino.

Segundo a Máquina do Esporte apurou, não há intenção da casa de apostas de deixar o clube por conta do escândalo que atingiu membros da diretoria. A empresa, aliás, também é dona de um camarote no Morumbis.

FIDC

Gestora do Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) do São Paulo, ao lado da Galapagos Capital, a Outfield Ventures adotou um tom de cautela, embora acredite que o incidente não interferirá na iniciativa com o clube. O FIDC tem como objetivo substituir dívidas do São Paulo com bancos por uma única operação estruturada. O fundo busca captar R$ 240 milhões no mercado.

“Com certeza, o caso tem que ser apurado. A gente ainda não entendeu exatamente o que aconteceu. O clube deve estar apurando e agora é aguardar que medidas vão tomar, caso comprove que houve coisas erradas”, afirmou Pedro Oliveira, cofundador da Outfield, em entrevista à Máquina do Esporte.

“Muito do nosso trabalho é criar uma estrutura que funcione para que o investidor esteja seguro em alocar o capital dentro desse tipo de oportunidade de investimento”, completou o executivo.