Criar conteúdo com conceitos de branding, com atributos que possam ser explorados em diferentes níveis. Foi essa a premissa que deu origem à produtora Sentimental eTAL, e também é esse o principal motivo para a empresa ter escolhido o esporte como primeira plataforma de atuação.
A Sentimental eTAL iniciou em março um processo de captação comercial para produzir dois documentários. Os primeiros projetos da empresa são um filme sobre o centenário do clássico Fla-Flu e um documentário que conte a história do surfista Rico de Souza.
Antes de partir para o mercado e prospectar investidores para os projetos, a Sentimental eTAL fez um estudo sobre os atributos dos filmes. A partir disso, determinou pontos que podiam ser explorados e maneiras de vender projetos completos, com ações de ativação e comunicação direcionada.
“Comecei a ver no mercado empresas criando conteúdo, como Red Bull e TIM. As marcas entenderam que tão importante quanto ter um produto bom é fazer uma comunicação adequada e aderente, e o formato tradicional não permite isso”, explicou Rodrigo Terra, sócio-diretor da produtora.
Formado em marketing, Terra passou por empresas como Nokia, Unibanco e Telemar. Em todas, trabalhou com gestão de marca e imagem. Um problema que ele teve nesse período serviu como mote para a criação da produtora.
“Eu buscava agências que fizessem esse trabalho de produção customizada de conteúdo, mas não existia. Procurei produtoras, mas elas só faziam isso sob demanda. Não havia geração de nada. Pensei que havia um espaço para uma empresa com viés de marketing, que entenda de comunicação e de produto, que possa criar conteúdo audiovisual vinculado a estratégias de marketing”, disse o executivo.
Terra montou uma equipe de marketing e se associou à produtora Sentimental. A fusão deu origem à Sentimental eTAL, e uma pesquisa feita pela companhia definiu o esporte como plataforma para os dois primeiros projetos.
“O Fla-Flu é um exemplo. É um clássico que fala a quase 40 milhões de torcedores, e esses 40 milhões consomem marcas. Quando pensamos em um produto, vemos qual mercado pode consumir e visitamos potenciais clientes oferecendo conteúdo. Não vendemos inserção de marca ou agradecimento, mas um projeto audiovisual dentro do conteúdo maior, que é o filme”, afirmou Terra.
A produtora ainda não revela nomes de parceiros para os dois filmes. Segundo as contas de Terra, porém, a Sentimental eTAL já conseguiu bancar praticamente 60% dos custos de cada um dos projetos.
Há negociações em andamento com uma montadora e um banco para o filme de Rico de Souza. No caso do documentário sobre o Fla-Flu, a produtora conversa atualmente com uma instituição financeira e uma cervejaria.
Cada filme comporta até seis cotas de comunicação customizada. Além disso, há quatro cotas de patrocínio, duas de apresentador e dez de apoio.
“Chego a grandes marcas como uma empresa que entende de comunicação e tenta resolver um problema que a empresa não consegue solucionar no curto prazo com a comunicação tradicional. É que a Red Bull faz”, encerrou Terra.