Em março de 2009, a Uefa fez uma aposta inédita na venda de direitos de transmissão da Liga dos Campeões da Europa. Para ampliar a exposição do torneio no Brasil, a entidade obteve uma licença da Heineken, principal patrocinadora da liga, para que a marca da cerveja não aparecesse no início das transmissões dos jogos, como ocorre mundialmente. Esse foi o jeito encontrado para que a Globo comprasse os direitos em TV aberta da liga.
Nesta sexta-feira, Guy-Laurent Epstein, diretor de marketing da Uefa, conversou com a reportagem da Máquina do Esporte durante a apresentação do Tour da Taça da Liga dos Campeões que a Heineken fará no Rio de Janeiro durante o final de semana. Para o executivo, a forma de a competição entrar no país cada vez mais é a partir da promoção que seus parceiros comerciais.
Além da anfitriã do evento, Epstein fez questão de destacar o relacionamento com a Globo. Segundo ele, a empresa de mídia tem feito a diferença na valorização do torneio para os torcedores brasileiros.
“Nós temos uma ótima relação com a Globo, que é muito importante para nós. Ela é muito poderosa, tem uma penetração de mercado muito grande. Para nós, em termos de promoção no Brasil, isso é ótimo. Nós vemos, quando um jogo é transmitido pela Globo, que tem uma diferença enorme”, afirmou Epstein.
Segundo o executivo da Uefa, o aumento de import”ncia do torneio no mercado brasileiro deve-se também a essa maior promoção feita pela emissora carioca, que apesar de transmitir os jogos apenas na fase final, exibe gols e lances das partidas no noticiário e, ainda, promove a competição pelo site Globo.com.
Mas até mesmo a Heineken, que foi “escanteada” com o acordo entre a emissora e a Uefa, exalta a mudança de patamar que houve no torneio após o início da cobertura da Globo (até 2009, quando a Record detinha os direitos de exibição na TV aberta, a emissora praticamente ignorava a Liga dos Campeões no seu noticiário).
A marca de cervejas lançará em breve uma campanha nacional envolvendo o patrocínio à Liga. A ação se justifica, segundo Daniela Cachich, diretora de marcas premium da Heineken no Brasil, pelo status que a competição alcançou no país.
“Mudou a relev”ncia da Uefa no Brasil. Então o consumidor brasileiro hoje está muito mais aberto a consumir uma marca de cerveja estrangeira e a consumir a Uefa. Quando há esse diálogo entre as duas marcas, é óbvio que eu passo a ter uma partinência muito grande para o consumidor. Quando eu falava de Liga dos Campeões da Uefa há cinco anos atrás e quando eu falo dela hoje, a força que isso tem é muito maior”, afirmou Daniela.
Nas próximas semanas, a Heineken lançará um concurso cultural para promover a final do torneio, no dia 25 de maio, em Londres. Com o mote “O que você deixaria de fazer para levar a taça de volta para a Inglaterra”, a competição dará seis viagens para torcedores assistirem ao duelo decisivo da liga. A promoção será ancorada também por uma campanha publicitária chamada “A Final”, que é ambientada no Brasil.
*O repórter viaja a convite da Heineken