Jack Warner, vice-presidente da Fifa, teria recebido mais de US$ 2 milhões de uma empresa do Qatar para votar no país para sede da Copa do Mundo de 2022. É o que diz uma reportagem feita pelo jornal britânico The Telegraph publicada na noite desta segunda-feira (17). Warner, pessoalmente, teria ficado com US$ 1,2 milhão, enquanto os filhos dele teriam recebido outros US$ 750 mil. Um dos funcionários dele, por fim, teria ficado com mais US$ 400 mil. O FBI, inclusive, segundo a publicação, está investigando o caso.
A escolha do Qatar para sediar a Copa de 2022 foi uma das mais controversas da história do esporte, lembrou o diário. O governo qatariano vem negando recorrentemente irregularidades no processo, sobretudo depois que membros do comitê da Fifa foram acusados de corrupção.
Hoje, continua o The Telegraph, há documentos que provariam que uma empresa pertencente a Mohamed Bin Hammam, executivo da Fifa que representou o Qatar, pagou US$ 1,2 milhão para Warner em 2011. Há um pedido de pagamento feito por uma das empresas de Warner, a Jamad, à Kemco, que pertence a Bin Hammam. A empresa reivindica, neste documento, datado de 15 de dezembro de 2010, duas semanas antes de o Qatar ganhar a eleição para sediar a Copa, o pagamento de US$ 1,2 milhão por um serviço prestado entre 2005 e 2010. Os filhos de Warner e o funcionário dele teriam sido pagos pela mesma companhia.
Pelo menos um banco das Ilhas Cayman teria se recusado a processar o pagamento, por medo de que houvesse alguma ilegalidade na transferência. O dinheiro então teria sido transferido por um banco em Nova York, uma transação que chamou a atenção do FBI. “Esses pagamentos precisam ser apropriadamente investigados”, disse uma fonte para o jornal. “A Copa do Mundo é o mais importante evento do futebol, e nós precisamos estar confiantes de que as decisões foram tomadas pelas razões certas. Há várias questões que ainda precisam ser respondidas”.
Warner era um dos membros mais experientes do comitê executivo da Fifa, até que teve de deixar o cargo em 2011, acusado de corrupção, depois de fazer parte da entidade por 14 anos. Ele foi uma das pessoas que votou e decidiu que as Copas de 2018 e 2022 seriam realizadas na Rússia e no Qatar, respectivamente.