A Copa do Mundo que será realizada no Brasil em junho terá a maior receita da história, e a Fifa quer mais. No balanço financeiro de 2013, a entidade expôs que calcula um faturamento de US$ 5 bilhões com o ciclo da Rússia, de 2015 a 2018. Não há muito por que duvidar que a marca seja atingível. Antes mesmo de terminar a vez brasileira, US$ 3,2 bilhões já foram assegurados para o período russo, entre contratos de direitos de transmissão e patrocínios que estão assinados.
A receita com direitos de transmissão deve voltar a crescer. A Fifa estima que US$ 2,7 bilhões serão arrecadados no ciclo da Rússia. Os três anos do Brasil renderam US$ 1,7 bilhão e, com 2014, é provável que as emissoras paguem por volta dos US$ 2,4 bilhões. É o mesmo valor que a África do Sul gerou com canais de televisão, quando houve um aumento absurdo em relação ao que pagaram na Alemanha, US$ 1,3 bilhão, e na África do Sul, US$ 1 bilhão.
Mas a fonte que deve ter o maior crescimento é a de marketing, incluindo hospitalidade e licenciamentos. A Fifa prevê US$ 2,3 bilhões com essas três áreas entre 2015 e 2018. É praticamente o dobro do que registrou a África do Sul, US$ 1,2 bilhão, e não há nem comparação com as anteriores. A Alemanha marcou US$ 1,3 bilhão na soma dessas três rendas, e a Coreia do Sul e o Japão, US$ 1 bilhão. No caso do Brasil, ainda é difícil prever quanto será arrecadado nos quatro anos, mas já entrou US$ 1,7 bilhão em três.
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Todo este dinheiro representa um ótima notícia para a Fifa: despesas podem subir. A previsão para 2015 a 2018 é de US$ 4,9 bilhões. Se o período da Copa no Brasil fez saírem US$ 3,4 bilhões dos cofres entre 2011 a 2013 e a conta deve ficar em menos de US$ 4,9 bilhões com o acréscimo de 2014, significa que a Copa da Rússia será também a que mais inchou os gastos da Fifa. Por que gastar mais é uma boa notícia? Como a entidade não paga nem estádios, nem infraestrutura, nem salários de atletas, o dinheiro sobra para comitês e congressos, viagens e hospedagens de oficiais, mais salários para mais funcionários e repasses mais generosos para que confederações “desenvolvam o futebol”.
A Fifa é, oficialmente, uma entidade sem fins lucrativos. Por isso precisa gastar tudo o que ganha, e quanto mais ganha, mais gasta. O resultado é que, de 2015 a 2018, o orçamento prevê até prejuízos em alguns anos. Depois de depreciações e taxas, o órgão terá prejuízo de US$ 30 milhões em 2015, US$ 20 milhões em 2016, vai empatar em zero a zero em 2017 e terá lucro de US$ 50 milhões em 2018. São os números que a Fifa precisa para terminar o ciclo com zero de lucro e, assim, fazer jus ao título que lhe faz escapar de uma pesada carga de impostos.