Reformas urgentes nos principais aeroportos do país, críticas e preocupações da população do que seria um caos aéreo em período de Copa do Mundo. O senso comum direciona os meses de junho e julho no Brasil como um período de ouro para as companhias aéreas, que apostam na associação com o futebol para conseguir manter clientes. Esta, no entanto, não é a realidade, como explicita a Azul.
Segundo o diretor de comunicação da companhia, Gianfranco Beting, o período de Copa do Mundo representa um problema para a Azul e para os seus concorrentes. “O número de viagens de executivos diminui bastante nessa época. O que é uma inundação para alguns, é seca para outros”, lamenta o executivo.
O mau período foi confirmado nesta semana pelo presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Pacheco dos Guaranys, em depoimento aos deputados da Comissão de Viação e Transporte. “(A Copa) vai gerar uma diminuição do número de passageiros geral”, afirmou.
Isso não significa que o Brasil estará livre de uma possível situação caótica nos aeroportos. As 12 cidades-sede da Copa do Mundo deverão, sim, receber um aumento significativo de passageiros, graça a um aumento do turismo interno e externo. Eles não deverão, no entanto, compensar a baixa de viagens executivas em outros destinos pelo país.
Na briga pelos torcedores da Copa do Mundo, as aviações brasileiras têm apostado no futebol. A Gol fechou com Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e fará o transporte dos jogadores, em avião personalizado. A TAM, antiga parceira da CBF, lançou campanha com jogadores do time indo para o Brasil. O comercial fez com que a companhia recebesse uma notificação da entidade, em defesa de seu patrocinador.
Já a Azul foi mais discreta nessa disputa. A empresa fechou com a TV Bandeirantes para a cobertura da Copa, além de ter pintado aviões de amarelo, em homenagem à “torcida brasileira”.
A principal medida da Azul, no entanto, não foi de promoção, e sim de precificação. A empresa fixou teto de R$ 999 para todas as passagens comercializadas durante o período de Copa do Mundo. Ainda que financeiramente a medida não seja proveitosa, a ideia da companhia é fugir da imagem de abusos cometidos durante o Mundial. E, quem sabe, manter o seu volume usual de passageiros e até conseguir novos clientes.