Foram belas as festas no final de semana de decisões estaduais pelo país. Maracanã, Beira-Rio Castelão e Fonte Nova lotados deram mostras de como o torcedor curte o torneio que foi a base de formação do futebol profissional pelo Brasil.
Nosso levantamento sobre o comportamento do público nos estádios (leia aqui) mostra, também, como o torcedor é a favor das disputas locais.
A rivalidade que forma parte da história dos clubes é essencial para o torcedor no dia-a-dia. É dela que surge a provocação ao amigo, a discussão em Whatsapp e mesa de bar, o próprio folclore cultural que é o ato de torcer pelo Brasil adentro.
Acabar com os Estaduais é um crime contra a história do futebol no Brasil, mas é preciso, urgentemente, remodelar o sistema. Não é possível que se joguem praticamente 15 jogos deficitários por time para que tenhamos outros quatro mais interessantes do ponto de vista de torcida, mídia, audiência e patrocínio.
Os Estaduais são a chave do futebol no Brasil. Eles explicam, em boa parte, como se formam os clubes e as torcidas, como o comportamento apaixonado do torcedor cria raízes.
Uma das principais virtudes que o esporte apresenta para se trabalhar é o vínculo afetivo que existe com clubes e atletas. Isso só é possível pela existência da tradição, da história.
O que os Estaduais oferecem, hoje, é o resgate dessa relação do torcedor com a base da paixão pelo futebol. Enquanto os dirigentes não trabalharem para preservar isso, só perceberemos como o torneio vale a pena ao vermos estádios lotados em todo o Brasil no mesmo domingo…