Visa, Adidas e Coca-Cola, três dos principais patrocinadores da Fifa, se pronunciaram sobre as condições dos operários da construção civil que estão construindo a infraestrutura para a Copa do Mundo do Qatar, em 2022.
A ação mais contundente veio da empresa de cartões de crédito pediu que a Fifa tome providências urgentes em relação ao problema. Calcula-se que já morreram em acidentes nas obras mais de 4.000 trabalhadores, imigrantes em geral de países pobres da Ásia, como Nepal, Bangladesh e Coreia do Norte.
“Continuamos incomodados com os relatórios que saem sobre o Qatar relacionados à Copa do Mundo e as condições dos trabalhadores imigrantes. Expressamos nossa profunda preocupação para a Fifa e pedimos que ela tome providências para trabalhar em conjunto com as autoridades locais a fim de remediar a situação e garantir a saúde e segurança de todos os envolvidos.”
A Visa é parceira da Fifa desde 2007. No ano passado, a empresa de cartões de crédito assinou a prorrogação do contrato até 2022.
Nesta semana, ONGs lideradas por Jaimie Fuller, CEO da empresa de roupa esportiva Skins, pediu aos patrocinadores tomarem uma posição sobre os abusos aos trabalhadores da construção civil no Qatar. Os ativistas divulgaram que para cada jogo da Copa do Mundo já morreram mais de 62 trabalhadores.
A Adidas, fornecedora da bola oficial desde a Copa do Mundo de 1970, afirmou que mantém “diálogo permanente” com a Fifa a respeito do assunto. “Houve melhorias significativas e esses esforções estão ocorrendo. Mas todos reconhecem que é preciso ser feito um esforço coletivo entre todas as partes envolvidas”, afirmou a empresa alemã, em um comunicado genérico.
A Coca-Cola, por sua vez, destacou que “não tolera abusos de direitos humanos”. Mas, assim como Adidas e Visa, não ameaçou retirar seu patrocínio.
“Sabemos que a Fifa está trabalhando com as autoridades do Qatar para tratar de questões trabalhistas e de direitos humanos. Esperamos que a Fifa continue a levar essas questões a sério e trabalhe em busca de novos progressos.”
A Fifa afirmou que vai trabalhar para que o país ofereça condições dignas de trabalho aos operários. Joseph Blatter afirmou que a situação não é de sua responsabilidade.