Foi dada a largada para o cargo mais importante do futebol mundial. Em meio à apresentação das candidaturas à presidência da Fifa, a notícia de que a entidade recupera a confiança na governança após os sucessivos escândalos de corrupção é um alento e, ao mesmo tempo, uma preocupação.
Deve-se ao comitê de ética, liderado por François Carrard, a limpeza que deu à entidade um novo sopro de credibilidade. Nesse sentido, a política de tolerância zero já rendeu seus bons frutos. O problema é o futuro. Dos oito nomes concorrentes ao cargo de Joseph Blatter, nenhum desponta como exemplo de ética e moralidade. As carcaças ou são duras demais, ou inexperientes.
Daqueles que pouco se sabe, abre-se um imenso ponto de interrogação. Falta naquele contingente bons currículos ligados ao futebol. Entre os nomes conhecidos, o medo é justamente perder o caminho andando desde maio, quando estourou a crise, até aqui. Da renovação intrinsicamente ligada ao conceito de modernização.
Quem quer o fim da gestão jurássica e engessada, não pode ter como favorito ao pleito o maculado Michel Platini, que sequer sabe se poderá concorrer, mas tem o apoio maciço das federações. Se o lema é dos males o menor, a aposta da coluna é no príncipe Ali Bin Al Hussein, vice da Fifa para a Ásia, continente com o segundo maior número de votantes. O jordaniano chama o futebol de “o jogo do mundo”. Desde antes do escândalo vir à tona, pedia uma Fifa com ética e transparência. Resta saber se conseguirá tirar o discurso do papel.